Não devemos confiar nestas sondagens. Anselmo Crespo explica porquê

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André Kosters / Lusa

“Só com o boletim de voto à frente”. Os números que temos visto ao longo dos últimos meses podem dar uma grande volta no dia 10 de Março.

Estávamos em Janeiro de 2022. As eleições legislativas do dia 30 originavam, como habitualmente, sondagens atrás de sondagens, numa altura em que não estava claro quem iria vencer.

Os números apontavam para uma proximidade evidente entre PS e PSD, entre António Costa e Rui Rio. Empates técnicos constantes, que até originaram sugestões do regresso ao bloco central.

Resultados finais das eleições: 41,37% para o PS e 27,67% para o PSD. Maioria absoluta que nem os próprios socialistas esperavam.

Mais recentemente, nos Açores, sondagens apontavam para mais uma vitória do PS – mas quem venceu foi a AD, na primeira derrota socialista dos últimos 30 anos no arquipélago.

São dois exemplos recentes e nacionais (há casos noutros países) que mostram que as sondagens não são sinónimo de resultados eleitorais.

Olhando para as eleições que se seguem, as legislativas do dia 10 de Março, algumas sondagens mostram uma nova vitória do PS, as mais recentes viram à direita e sugerem triunfo da AD.

Mas, mais uma vez, não devemos dar como certo que estas previsões estão certas.

Na rádio Observador, Anselmo Crespo começou por afirmar que “as sondagens valem o que valem e a verdadeira sondagem é o voto”.

Logo de seguida, não hesitou: “Eu tenho alguma dificuldade em confiar nas sondagens”.

O director da TVI e CNN Portugal explicou que não estão em causa os métodos ou as empresas de sondagens. Mas lembra-se do que aconteceu, por exemplo, em 2022:Muita gente decidiu o voto no dia das eleições, quase com o boletim de voto à frente“.

“Isso está comprovado por estudos de mercado: 14% dos eleitores decidiram em quem iam votar só no dia“, acrescentou o comentador. É o dobro do habitual.

Para Anselmo Crespo, há duas dúvidas centrais nos eleitores: votar em PS é votar na continuidade (de vários problemas), votar na AD é recordar os tempos do Governo liderado por Pedro Passos Coelho.

Por isso, “as pessoas têm dificuldade em escolher. Conheço muita gente que me dizem que não sabem em quem vão votar. Muito eleitorado vai decidir no dia. Sou muito cauteloso com os números das sondagens”, justificou.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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