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Mulheres em maioria (e até um astronauta) no novo Governo espanhol

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Javier Lizon / POOL / EPA

O novo Governo espanhol, chefiado pelo socialista Pedro Sánchez, toma posse numa cerimónia com o rei Felipe VI, no Palácio da Zarzuela, em Madrid

O novo primeiro-ministro espanhol comunicou, esta quarta-feira, ao rei Felipe VI a composição do seu Governo formado por uma maioria de 11 mulheres, em 17 ministérios, que também serão responsáveis pelas pastas mais relevantes.

Pedro Sánchez deu a conhecer a lista de ministros à comunicação social através de uma declaração, sem perguntas, depois de a ter entregado em pessoa, na tarde desta quarta-feira, ao rei Felipe VI, no Palácio da Zarzuela.

Os 17 ministros espanhóis, onze mulheres e seis homens, tomaram hoje posse perante o chefe de Estado. A cerimónia decorreu, pela primeira vez, sem símbolos religiosos, tal como aconteceu na tomada de posse de Sanchéz no passado sábado.

Os presidentes do Congresso, do Senado, do Tribunal Constitucional e do Supremo Tribunal estiveram presentes no Salão de Audiências na tomada de posse do novo Governo que, na história de Espanha, regista o maior número de mulheres. O novo primeiro-ministro já tinha afirmado que este é um Governo “comprometido com a igualdade” de género e um “fiel reflexo” do movimento feminista.

Carmen Calvo será a número dois de Sánchez, ficando na vice-presidência do Executivo espanhol, Nadia Calviño fica com a pasta da Economia e María Jesús Montero com a das Finanças, Dolores Delgado é a nova ministra da Justiça, Margarita Robles fica na Defesa, Isabel Celaá na Educação e Formação (e foi ainda escolhida como porta-voz), Magdalena Valerio no Emprego e Segurança Social, Reyes Maroto na Indústria, Meritxell Batet na Política Territorial, Teresa Ribera na Transição Energética e, por fim, Carmen Montón fica encarregue da pasta da Saúde.

Os restantes ministros são Josep Borrel, que fica com os Negócios Estrangeiros, Fernando Grande-Marlaska no Interior, José Luis Ábalos no Investimento, Luis Planas na Agricultura, Màxim Huerta na Cultura e Desporto e ainda Pedro Duque na Inovação.

Destaque para Fernando Grande-Marlaska, juiz conhecido pelas suas decisões duras contra a ETA e que, segundo o Observador, é o primeiro governante assumidamente gay num Governo espanhol mas também para Pedro Duque que, de acordo com o Público, foi também o primeiro astronauta espanhol, ao voar na missão inaugural para construir a Estação Espacial Internacionl (EEI), em outubro de 1998.

Na sexta-feira, os membros do Executivo irão reunir-se pela primeira vez em Conselho de Ministros.

Na semana passada, Pedro Sánchez tornou-se no novo primeiro-ministro de Espanha, na sequência da queda do Governo do Partido Popular (PP), chefiado por Mariano Rajoy, que foi alvo de uma moção de censura promovida pelo PSOE e aprovada no Parlamento.

A queda do Executivo foi provocada depois de vários ex-membros do PP terem sido condenados a longas penas de prisão, na sequência do esquema de corrupção conhecido por “caso Gürtel”, que ajudou a financiar o partido.

Esta terça-feira, Rajoy anunciou que vai deixar a presidência do PP e propôs a realização de um congresso extraordinário para eleger o seu substituto. “Durante 37 anos servi o partido. Cumpri o meu dever onde me pediram. É o momento de pôr um ponto final. O PP deve seguir com outro líder. É o melhor para o PP, para mim e para Espanha“, disse.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Eu não defendo igualdade de género. Eu defendo pessoas, porque são todas iguais. Defender igualdade de género já por si só o conceito é bizarro, de segregar géneros e atribuir percentagens.
    Uma pessoa deve ser é capaz (reparem que usei uma palavra no feminino, como podia usar humano que é uma palavra masculina, mas podia ser apedrejado pela “capazes”)

  2. O facto disto ser sequer notícia, é sintomático da futilidade de tudo isto. Os governos já não são constituidos por pessoas escolhidas pela competência. O que importa é ser igual número de mulheres e homens. Ca grandassíssima cavalice!!..

    Assim vai a inteligência desta malta armada em moderna, que achando-se no caminho do progresso, dá provas de uma crescente quadradice! Onde está já agora o igual número de pretos e brancos, ciganos e orientais no Governo?? Então pá? Estão a falhar!

    Por último, o que estes progressistas de meia tijela não parecem entender, é que isto não vai satisfazer as feministas histéricas, cuja razão de viver não é a igualdade de genero, as sim a reivindicação PELA reivindicação. A cada vontade parva que se lhes fizer, querem 30 novas reivindicações crescentemente estéreis e absurdas.

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