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Lassana Bathily, o herói do sequestro na Porta de Vincennes, Paris
Lassana Bathily, muçulmano do Mali, transformou-se num herói em França, depois de ter escondido seis pessoas, entre as quais uma criança, numa arca refrigeradora, quando o terrorista Amedy Coulibaly invadiu um supermercado judaico na Porta de Vincennes, nas imediações de Paris.
Muçulmano praticante e trabalhador do supermercado há quatro anos, Lassana Bathily teve o sangue frio de esconder os clientes do espaço, logo que o terrorista entrou, de desligar o sistema de refrigeração e de sair pela porta principal antes que Amedy Coulibaly baixasse a porta de ferro.
Cá fora, ainda esteve algemado durante mais de uma hora, revela ao site France24, mas depois deu informações preciosas à polícia sobre o tipo de armas que o terrorista tinha consigo, sobre a estrutura do supermercado e sobre o número de reféns.
O jovem de 24 anos tornou-se assim um símbolo, no pós-atentados de Paris, por consumar em pleno a sã convivência entre religiões e culturas distintas.
“Não escondi judeus, escondi seres humanos“, atirou Lassana Bathily a vários órgãos de comunicação social franceses, depois de o sequestro ter terminado com a morte do terrorista.
E logo se gerou uma campanha apelando ao presidente François Hollande para lhe conceder a nacionalidade francesa e a Legião de Honra, com uma petição no site Change.org que foi assinada por mais de 300 mil pessoas.
O movimento surtiu efeito e o Ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, anunciou esta quinta-feira, 15 de Janeiro, que o jovem herói será naturalizado francês na próxima terça-feira em consequência do seu “acto de bravura“.
François Hollande também terá telefonado pessoalmente a Lassana Bathily para o congratular pela sua coragem.
Este jovem nascido no Mali chegou a França em 2006, para viver com o pai, enquanto a mãe continua a viver no país africano, conforme o próprio conta no site France24. Durante quatro anos viveu como tantos outros imigrantes ilegais, mas conseguiu tirar uma formação de ladrilhador de mosaicos num liceu profissional de Paris.
Em 2009 esteve quase para ser expulso de França e em 2011 conseguiu finalmente a sua Autorização de Residência. A 7 de Julho de 2014, deu entrada com um pedido de naturalização. Torna-se francês como o herói improvável de um ataque terrorista.
SV, ZAP
