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Ministério Público acusa agressor de Bruno Candé de homicídio por ódio racial

Bruno Candé Marques / Facebook

O ator Bruno Candé Marques, morto a tiro em Moscavide, Loures

O Ministério Público (MP) acusou o assassino do ator Bruno Candé do crime de homicídio qualificado, agravado por ódio racial.

De acordo com o jornal Público, que teve acesso ao despacho de acusação, o Ministério Público de Loures deu como provado que Evaristo Marinho, na altura com 76 anos, agiu com a intenção de matar o ator Bruno Candé e dirigiu expressões nas quais se “referiu em concreto à cor da sua pele”.

O MP refere que o homicídio foi agravado pelo artigo 131.º e 132.º do Código Penal, nomeadamente pelo facto de ter sido “determinado por ódio racial, religioso, político ou gerado pela cor, origem étnica ou nacional, pelo sexo, pela orientação sexual ou pela identidade de género da vítima”.

Os procuradores deram como provadas as expressões proferidas pelo homicida, que combateu na guerra colonial, em Angola, entre outubro de 1966 e setembro de 1968. “Vai para a tua terra, preto!“, “Tens toda a família na senzala e devias também lá estar” e “Anda cá que levas com a bengala, preto de merda” são alguns dos exemplos.

Segundo o Diário de Notícias, na investigação da Polícia Judiciária (PJ), titulada pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, foram identificados vários indícios fortes, quer com base em testemunhos, quer com base no perfil do suspeito, que a morte teve motivação racial.

O ator foi alvejado à queima-roupa, com quatro tiros, em julho do ano passado, na Avenida de Moscavide, em Loures, no distrito de Lisboa. Uma testemunha do crime explicou que o conflito entre ambos tinha começado dois dias antes, por causa da cadela da vítima, que usava como guia.

Na altura, a família do ator também referiu que o assassino já o havia ameaçado de morte três dias antes, tendo proferido vários insultos racistas. A PJ, que ficou responsável pela investigação, não descartou a hipótese de se tratar de um crime racial.

Evaristo Martinho ficou em prisão preventiva, na cadeia de Lisboa, por homicídio qualificado e posse de arma ilegal.

ZAP //

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