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Morreram os primeiros dois capacetes azuis vítimas da covid-19

ZIPI / EPA

Dois militares da força de manutenção da paz das Nações Unidas no Mali morreram devido à covid-19, os primeiros entre cerca de 100.000 soldados e polícias destacados em 15 missões no mundo.

“Infelizmente, ontem [quinta-feira] e hoje [sexta-feira], dois dos nossos colegas militares morreram por causa da covid-19”, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, numa cerimónia na sede da ONU, em Nova Iorque, para prestar homenagem às forças de manutenção da paz que foram vítimas de conflitos.

“Um era do Camboja, o outro de El Salvador, ambos membros da operação de paz da ONU no Mali, Minusma”, disse o antigo primeiro-ministro português.

A ONU confirmou que estes foram os primeiros ‘capacetes azuis’ cujas mortes foram diretamente atribuídas à pandemia.

Incluindo militares, polícia, civis e todo o pessoal associado, o número total de infeções atingiu esta sexta-feira 137 casos em operações de paz, com 53 doentes curados e as duas mortes mencionadas por Guterres, de acordo com as Nações Unidas.

A Minusma, no Mali, é a operação mais afetada pela doença, com 90 casos confirmados de contaminação, dos quais 43 doentes curados e as duas mortes.

Seguem-se as missões de paz na República Democrática do Congo (Monusco), com 21 casos confirmados de infeção e três doentes curados até à data, e na República Centro-Africana (Minusca), com 17 casos de infeção e dois doentes curados.

Outros casos de contaminação entre as forças de manutenção da paz foram comunicados no Sudão do Sul, Líbano, Israel e Darfur (Sudão), informou a ONU.

Portugal tinha, no início do ano, 19 militares no Mali, 17 dos quais na missão de Treino da União Europeia e dois na missão integrada das Nações Unidas de estabilização do país. Na República Centro-Africana, Portugal está presente desde o início de 2017, no quadro da Minusca e da Missão Europeia de Treino Militar-República Centro-Africana.

A que já é a 7.ª força nacional destacada, que tem a função de Força de Reação Rápida, integra 180 militares, na sua maioria paraquedistas, mas também de outras unidades do Exército e ainda três controladores aéreos avançados da Força Aérea.

Em 2019, 83 militares, polícias e civis de 39 países diferentes perderam a vida em operações de paz das Nações Unidas.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 360 mil mortos e infetou mais de 5,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de 2,3 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

// Lusa

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