No lar Residência Montepio, no Porto, já morreram 20 utentes. Além dos 16 óbitos de residentes que tinham covid-19, dois tinham tido a doença mas estavam alegadamente recuperados e outros dois testaram negativo à doença.
De acordo com o jornal Público, que avança a notícia esta segunda-feira, além dos 16 óbitos de utentes do lar Residência Montepio que tinham covid-19, há mais quatro mortes: duas pessoas que estavam alegadamente recuperadas da doença e dois utentes que tinham testado negativo à doença.
Segundo os dados do Instituto da Segurança Social, que corrigem números anteriormente disponibilizados pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, o número de casos no lar subiu de 48 para 73. Destes, 48 são utentes e 25 profissionais.
A Segurança Social garantiu ainda que ainda há uma pessoa hospitalizada, apesar de já ter testado negativo à covid-19.
O surto no lar mantém-se ativo. Na passada sexta-feira, havia 25 utentes e 17 profissionais infetados. Do total de 25 trabalhadores que estiveram positivos, oito já recuperaram.
Por outro lado, ainda há dúvidas em relação aos óbitos relacionados com o surto. Segundo o mesmo jornal, um utente com 73 anos morreu no início de agosto no Hospital de Santo António, no Porto, para onde foi transportado depois de apresentar dificuldades respiratórias após ter vomitado e ter registado febre. Este residente tinha feito dois testes no lar e ambos tinham dado negativo. Um terceiro teste foi feito à entrada do hospital que revelou que estava positivo. Morreu no dia seguinte.
O lar garante que este utente está contabilizado entre os 16 que morreram de covid-19.
A Residência Montepio assegurou ainda que os dois utentes que tiveram covid-19 “se encontravam curados” e “faleceram posteriormente” e que os outros dois não seriam falsos negativos já que sempre testaram dessa forma. “Todos doentes crónicos, com múltiplas comorbilidades, nomeadamente neoplasias em estado avançado e problemas cardíacos”, disse a Residência Montepio.
Funcionário denuncia falta de material. Lar nega
Em declarações ao Público, um funcionário de uma unidade Residências Montepio relatou casos de racionamento de material de proteção, nomeadamente luvas e máscaras. Segundo ele, cada trabalhador tem direito a apenas uma máscara por dia, mesmo que faça um turno de 12 horas.
O funcionário disse ainda que não há orientações para os trabalhadores fazerem monitorização diária de sintomas, como registarem a temperatura, como recomenda a DGS.
Por outro lado, a Residências Montepio nega estas acusações, garantindo que fornece “máscara no início do turno” para que “nenhum dos colaboradores se esqueça” de a colocar. “Essa máscara é substituída sempre que necessário”, assegurou, em declarações o Público.
O lar refere ainda que o “nível de equipamento utilizado tem sido superior ao recomendado pelas normas da DGS nas áreas não Covid”.
Em relação ao controlo e registo de sintoma dos profissionais, o lar garante que “é realizada medição da temperatura a todos os colaboradores desde o início da pandemia” e que estes estão a ser testados quando “regressam de férias e sempre que se registe um colaborador positivo, mesmo que assintomático, são acionados todos os procedimentos expressos nas normas da DGS.
Sobre este caso, na semana passada, o presidente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, António Araújo, explicou que, para fazer uma auditoria clínica semelhante ao que foi feito no caso do lar de Reguengos de Monsaraz, “teríamos que ter uma participação feita por alguém”.
Coronavírus / Covid-19
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