Primeiro-ministro recusa a ideia de medidas eleitoralistas e não poupa palavras sobre os “despeitados” Pedro Nuno e Ventura.
Luís Montenegro defendeu neste domingo que a “verdadeira instabilidade política” no país é na oposição.
No encerramento da Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide (Portalegre), Montenegro começou por homenagear os familiares dos cinco militares da GNR que morreram devido à queda de um helicóptero no Rio Douro, na sexta-feira.
O presidente do PSD deixou um aviso, baseado na sua convicção: “Este governo não precisa de eleições para governar ou se relegitimar. Temos o suficiente para cumprir o nosso programa, assim haja responsabilidade política em Portugal para não haver um bloqueio governativo”.
“A minha convicção é que, neste momento, o país está com o Governo, aquilo que nós não sabemos é se a oposição vai estar com o país”, disse.
Numa intervenção de cerca de 40 minutos, o primeiro-ministro defendeu que, “ao contrário do que muitos vaticinaram, Portugal não tem nenhuma instabilidade no Governo, em Portugal não há nenhuma instabilidade política tirando a da oposição”.
“A verdadeira instabilidade política que há em Portugal é da oposição, que passa a vida a dizer uma coisa e o seu contrário, falam antes do tempo e são impulsivos”, disse.
Orçamento
O Orçamento do Estado para 2025 serviu para Montenegro acusar os líderes do PS e do Chega de estarem “despeitados e desorientados”.
O primeiro-ministro considera que o documento está muito condicionado pelo “conluio” entre PS e Chega, no IRS ou na isenção das portagens.
Luís Montenegro abordou “fantasmas” do Orçamento quando criticou, primeiro, André Ventura: “O líder do Chega sente-se despeitado porque viu uma notícia, que por acaso não é verdade, porque concluiu que houve negociações entre PS e PSD em agosto. E de forma imatura e precipitada diz que chumbava o Orçamento”.
Depois, Pedro Nuno Santos: “O que ficou combinado nas reuniões de julho foi que nos fôssemos reunir em setembro. E o líder do PS sente-se despeitado porque ninguém lhe disse nada em agosto. Pois não. Não foi isso que foi combinado. Nós estamos a tempo: hoje é dia 1 de setembro e temos de entregar o Orçamento a 15 de outubro”.
Eleições?
O Governo tem sido acusado constantemente – sobretudo por Pedro Nuno Santos – de estar sempre a pensar em eleições quando anuncia medidas.
“Eleitoralistas porquê? As eleições são só daqui a quatro anos. São em 2028. Quem fala em eleitoralismo é quem está a pensar em eleições. É quem as quer provocar. Esta a oportunidade para que o país perceba quais os princípios e a postura de cada um”, reagiu o líder do PSD.
Montenegro explica que estas medidas são “agradáveis“, não eleitoralistas, e até foram anunciadas em 2024 porque “não foram tomadas antes”, num “recado” ao PS.
Troikistas
Luís Montenegro também não se esqueceu das críticas que se têm acumulado à nomeação de Maria Luís Albuquerque para comissária europeia.
O social-democrata rejeita a ideia de que a antiga ministra das Finanças seja um rosto da troika: “Então eu sou eleitoralista e apresento um rosto da troika?”.
O primeiro-ministro acha que “os pais e as mães” das medidas da troika em Portugal foram Governos do Partido Socialista – Mário Soares e José Sócrates: “Em Portugal, os troikistas são socialistas”.
ZAP // Lusa
E mais Troikista que a própria Troika , indo para além do programa de austeridade proposto , quem foi ? …… P.P. Coelho ! …Digo isto sem isentar a responsabilidade de J. Socrates do estado en que deixou o País . Mas Ele , e muitos mais da “Alta”, além de serem condenados , vivem en plena e luxuosa Liberdade . Triste sina a nossa !