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No primeiro dia de estado de emergência, houve missa em Mangualde e marginal cheia na Póvoa de Varzim

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Carlos Barroso / Lusa

No primeiro dia de estado de emergência em Portugal, houve missa em Mangualde, no distrito de Viseu, e dezenas de pessoas encheram a marginal da Póvoa de Varzim, no Porto, em tempo de isolamento social.

A GNR foi este domingo chamada a uma aldeia de Mangualde por ter sido celebrada uma missa durante a manhã e alertou o padre para suspender as celebrações face à pandemia da Covid-19, informou o Comando Territorial de Viseu.

A notícia foi avançada pelo Jornal do Centro e confirmada à agência Lusa por fonte do Comando Territorial de Viseu da GNR, que referiu que uma patrulha foi chamada à aldeia de Santiago de Carrusães, onde decorreu uma missa durante a manhã.

“Considerando o Estado de Emergência e as suas medidas, estamos mais com uma intervenção pedagógica junto das pessoas. Sensibilizámos o padre e as pessoas presentes e a comemoração que estava prevista para a tarde já não aconteceu”, afirmou à Lusa fonte da GNR de Viseu, que deu conta que, quando a patrulha chegou, a missa já tinha acabado.

Segundo o Jornal do Centro, a missa contou com a participação de oito pessoas.

Em 13 de março, antes de decretado o Estado de Emergência, a Conferência Episcopal Portuguesa tinha decidido suspender as missas, catequeses e outros atos de culto até que esteja superada a atual situação de pandemia.

Também este domingo, dezenas de pessoas encheram a marginal que liga Póvoa de Varzim a Vila do Conde. Este comportamento, conta o jornal Observador, fez com que a Câmara Municipal da Póvoa anunciasse que vai apertar as medidas de restrição, criticando o “comportamento inconsciente” verificado na cidade neste domingo.

Face ao “desrespeito ao estado de emergência que vigora desde as 00h00 em todo o país”, a Câmara foi obrigada “a atuar de forma rigorosa e insistente para que todos adotem o que é pedido e imposto”, escreveu Aires Pereira, presidente da autarquia, no Facebook.

A partir de agora, a marginal fica encerrada ao trânsito e todos os acessos à cidade dos não residentes, através de automóvel, estarão sobre controle da PSP e a Polícia Municipal, juntamente com a Proteção Civil.

Face ao comportamento inconsciente que assistimos esta manhã na nossa Cidade, e pelo desrespeito ao Estado de Emergência…

Publicado por Aires Pereira em Domingo, 22 de março de 2020

“Uma caminhada não é ir passear para o sol”

Em declarações ao programa As Três da Manhã, da Rádio Renascença, Mariana Vieira da Silva, ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, criticou estes comportamentos e recordou que os “passeios higiénicos” permitidos pelo estado de exceção não implicam “ir passear para o sol”.

“É preciso usar estas primeiras horas para explicar às pessoas. Foi isso que as forças de segurança fizeram, de forma pedagógica. As detenções foram os casos que correspondem a pessoas que tinham de estar em casa e não estavam. A definição de um estado de emergência não alivia a responsabilidade individual de nos protegermos a nós próprios e aos outros”, começou por dizer a governante.

“A lei prevê que as pessoas possam dar uma volta ao quarteirão, faz parte das recomendações médicas uma caminhada de alguns minutos, mas isso não é ir passear para o sol”, alertou Mariana Vieira da Silva.

No fim do dia deste domingo, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, revelou que sete pessoas foram detidas pelas forças de segurança por crime de desobediência no âmbito do estado de emergência.

“Verificaram-se sete detenções por constatação de factos que constituem crime de desobediência”, anunciou o governante. Segundo Eduardo Cabrita, uma das detenções “foi um caso particularmente grave de violação do dever de confinamento“, enquanto os restantes seis casos “deveram-se a situações de incumprimento das indicações das forças de segurança relativamente a comportamentos ou relativamente a situações de circulação ou de prática de ajuntamentos não admissíveis”.

O Jornal de Notícias precisa que o caso grave ocorreu na cidade do Porto, onde um cidadão obrigado a quarentena. “Foi particularmente grave porque foi de violação do dever de confinamento, que protege não só o cidadão afetado pela doença, mas visa proteger toda a sociedade, todos aqueles que com ele entram em contacto”, considerou o ministro.

Recorde-se que pessoas infetadas com o novo coronavírus têm de estar, obrigatoriamente, em isolamento, tal como decretou o Governo neste estado de exceção.

ZAP //

13 Comments

  1. Este padre deve ser seguidor do Bolsonorao e também acha que o vírus é uma fantasia – como aquelas que espalha nas missas…
    Enfim….

  2. Os tugas são mais espertos que os outros.
    Não chega o exemplo da Espanha? Também se armaram em espertslhoes, é só ver o que está a acontecer.
    E olhem para Itália: 60 mil casos, mais de 5000 mortos… e não atingiram o pico…
    Ainda não perceberam que o estado de emergência NÃO É UMA SUGESTÃO?

    Nunca iremos passar da cepa torta……

    • Concordo, a culpa é de quem manda.
      Ordens para deixar de trabalhar, ao mesmo tempo aconselham a ir passear, fazer caminhadas, etc!
      Ainda bem que a maioria não lhe fez a vontade e ficou em casa.
      Neste momento ou ficamos em casa ou vamos trabalhar.
      Não é tempo de deixar de trabalhar para fazer caminhadas.

      • Parece-me que a culpa é tua e de outros que, como tu, não tem capacidade para compreender o básico da Língua Portuguesa!!
        Quem é que deu ordens para deixar de trabalhar?!
        Que é que aconselhou a ir passear ou a fazer caminhadas em bando??
        Quem não percebe o que é dito por “quem manda”, deve que pedir ajuda – não deve inventar, nem fazer como o padre, que se está a borrifar e claramente nunca ouviu falar de civismo!…

  3. Em Inglaterra ainda foi pior.
    Mantenham-se barricados em casa. Saiam para apenas para o essencial. Se quiserem dar um passeio, vão sozinhos para um pinhal por exemplo.

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