Ministro da Educação garante que exame de Português não vai ser anulado

O ministro da Educação assegurou, esta quarta-feira, que o exame de Português do 12.º ano, cuja eventual fuga de informação está a ser investigada, não vai ser anulado.

De acordo com Tiago Brandão Rodrigues, caso se confirme que houve uma fuga de informação no exame nacional de Português, “o ministério agirá civil, disciplinar e criminalmente contra o seu autor ou autores”.

“Se alguém saiu beneficiado, sofrerá as consequências previstas no regulamento“, declarou ainda o ministro da Educação.

Uma gravação feita por uma aluna, que terá circulado no WhatsApp dias antes da prova, terá revelado quais as matérias que iriam sair no exame.

A situação foi denunciada ao Ministério da Educação por Miguel Bagorro, professor na Escola Secundária Luísa de Gusmão, em Lisboa, que teve conhecimento da gravação no sábado, através de um aluno a quem dava explicações de Português.

“O que foi dito na gravação foi exatamente o que saiu”, notou o professor ao Expresso, realçando que, “logo nesse dia”, escreveu “uma denúncia ao Ministério da Educação”. “Não passa pela cabeça de ninguém que seja possível, por coincidência, acertar nas três coisas. É óbvio que houve uma fuga“, concluiu.

Ontem, o semanário revelou que a Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) está a investigar uma aluna do Colégio Salesianos de Lisboa, suspeitando que foi a autora da gravação.

A intenção do IGEC é confirmar se de facto houve uma fuga de informação e se sim, de onde é que esta partiu. Em causa está o crime de violação de segredo que pode culminar com pena de prisão até três anos e/ou a expulsão da administração pública.

Em 21 anos de realização, e a confirmar-se a suspeita, esta é “a primeira fuga de informação na história dos exames nacionais”, acrescenta o Expresso.