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Ministra da Coesão promete ser “embaixadora” da luta pelo fim das portagens no interior

A ministra da Coesão Territorial prometeu ser “embaixadora” da causa que luta pela redução até à abolição das portagens nas antigas vias sem custos para o utilizador (ex-SCUT) do interior, considerando a revindicação “legítima”.

“O problema do interior não se resolve só com a diminuição ou abolição das portagens, mas ajuda e muito. “Portanto, as pessoas deste território contam comigo como embaixadora desta causa e, tenho a certeza, com outros membros do Governo irmos reduzindo gradualmente as portagens”, afirmou Ana Abrunhosa.

Ana Abrunhosa falava na Covilhã, distrito de Castelo Branco, onde participou numa sessão de balanço do trabalho desenvolvido pelo C4 – Centro de Competências em Cloud Computing, que está sediado na Universidade da Beira Interior e que se dedica à investigação e aproveitamento das potencialidades da computação na nuvem.

Questionada pelos jornalistas à margem da cerimónia sobre aquela que é uma das principais reivindicações desta região do país, Ana Abrunhosa explicou que o seu papel poderá ser o de “embaixadora” da causa, mas ressalvou que também é preciso ter em conta o impacto orçamental da medida.

Lembrando que o Governo estabeleceu como uma das suas prioridades a coesão territorial, a ministra reconheceu que os custos de contexto são um dos “fatores relevantes” para essa coesão. A governante assumiu ainda que a reivindicação local é “legítima”, mas acautelou sempre a questão orçamental e não se comprometeu com medidas, nem adiantou se há algo previsto para o próximo Orçamento do Estado.

“Nós temos de fazer esta medida considerando sempre que isto tem um impacto orçamental grande e que até poderia pôr em causa a própria medida. E, portanto, contam como uma embaixadora neste objetivo, que é legítimo para os cidadãos, para os empresários e também para quem visita estes territórios”, acrescentou.

A Plataforma de Entendimento para a Reposição das Scut na A23 e A25 tem vindo a reivindicar a abolição das portagens naquelas duas vias, assumindo a possibilidade de tal ser feito de forma progressiva.

Esta plataforma integra sete entidades dos distritos de Castelo Branco e da Guarda, nomeadamente a Associação Empresarial da Beira Baixa, a União de Sindicatos de Castelo Branco, a Comissão de Utentes Contra as Portagens na A23, o Movimento de Empresários pela Subsistência pelo Interior, a Associação Empresarial da Região da Guarda, a Comissão de Utentes da A25 e a União de Sindicatos da Guarda.

Processo da regionalização tem de ser “amadurecido”

À margem do mesmo evento, a governante falou sobre a regionalização, considerando que o seu processo tem de ser amadurecido, mas assumiu que gostaria que pudesse ser concretizado ainda durante esta legislatura.

“Portanto, se é um processo que ainda divide os portugueses – e nós sabemos que ainda divide -, é um processo que tem de ser amadurecido e ponderado”, afirmou.

Ana Abrunhosa referiu que “é legítimo” que os autarcas que todos os dias “sentem o preso da centralidade” reclamem a concretização do processo, mas frisou que tem de ser primeiramente consolidado”, dado que “é um tema que ainda divide” os portugueses.

Assumindo que é “defensora da regionalização“, Ana Abrunhosa salientou que o processo tem de ser “coletivo e que deve ser agregador dos portugueses”.

“O Estado desconcentrado é uma maneira de consolidar essa descentralização, de permitir perceber as vantagens dessa descentralização e de se passar para a regionalização acautelando os receios que muitas pessoas ainda têm em relação à regionalização”.

ZAP // Lusa

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