Ministério Público argentino pede 12 anos de prisão para Cristina Kirchner

José Cruz / Agência Brasil

Cristina Kirchner, ex-presidente da Argentina

Num julgamento em Buenos Aires, o MP também pediu a inelegibilidade perpétua para o exercício de cargos públicos da antiga chefe de Estado.

O Ministério Público (MP) da Argentina pediu esta segunda-feira 12 anos de prisão por corrupção para a atual vice-Presidente e ex-Presidente Cristina Kirchner.

Num julgamento em Buenos Aires, o MP também pediu inelegibilidade perpétua para o exercício de cargos públicos para a antiga chefe de Estado.

Cristina Kirchner, de 69 anos, foi julgada num caso de alegada concessão fraudulenta de contratos públicos no seu reduto político na província de Santa Cruz, na Patagónia (sul), quando era presidente.

A justiça argentina cancelou duas acusações e confirmou uma terceira por corrupção contra a ex-Presidente, 48 horas depois das eleições que a consagraram vice-Presidente com imunidade parlamentar e 2019.

Ao analisar três processos, a Câmara Federal Penal de Buenos Aires cancelou a acusação a Cristina Kirchner em dois deles, suspendendo também os pedidos de prisão preventiva relacionados, que não foram executados graças à imunidade parlamentar da acusada.

Os dois processos referiam-se à corrupção na compra de gás importado e a subornos pagos por empresários, donos de concessões em autoestradas.

No segundo caso, a Justiça sustentou que a acusação se referia ao período em que o seu falecido marido, Néstor Kirchner (2003-2007), era Presidente e não ao período posterior de Kirchner (2007-2015).

No processo mais recente, são agora julgadas as supostas irregularidades na concessão de 51 obras públicas a empresas do empresário Lázaro Báez durante os governos de Nestor (2003-2007) e Cristina Kirchner (2007-2015).

O MP também pediu a condenação de Lázaro Báez, o ex-ministro do Planeamento Julio De Vido e outros antigos funcionários de Kirchner.

A ocupar os cargos de vice-presidente e presidente do Senado argentino, Kirchner goza atualmente de imunidade política.

Opositores de Cristina Kirchner manifestam-se

Opositores e simpatizantes da vice-Presidente argentina concentraram-se na noite de segunda-feira junto à casa de Cristina Kirchner, causando em alguns momentos de tensão, controlados pela intervenção da polícia.

Algumas centenas de opositores de Kirchner reuniram-se no bairro da Recoleta, na capital argentina. Com bandeiras do país, bateram em panelas e cantaram palavras de ordem hostis à vice-Presidente, em comemoração da acusação.

Os apoiantes de Kirchner, em menor número, também convergiram junto da casa da política, e a polícia de Buenos Aires rapidamente se mobilizou, montando cordões, alguns com equipamento antimotim, para manter os dois grupos isolados.

Alguns confrontos de apoiantes de Kirchner com a polícia levaram os agentes a usar gás lacrimogéneo e, de acordo com a imprensa argentina, um deputado provincial foi brevemente detido.

A sentença só será conhecida dentro de alguns meses e Kirchner goza atualmente de imunidade política, por ocupar os cargos de vice-Presidente e presidente do Senado argentino.

ZAP // Lusa

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