“O pior é quando a descascas e vês que tem minhoca”. Esta é a frase da controvérsia que foi lançada por uma campanha de publicidade da marca de preservativos Control.
Nas redes sociais, a Control publicou uma imagem de uma castanha assada, com a casca entreaberta, e com a frase “O pior é quando a descascas e vês que tem minhoca”.
A publicação despoletou uma onda de críticas por se considerar que revela um preconceito contra pessoas trans.
É isso que pensa a jornalista da RTP Rita Marrafa de Carvalho, que usou as suas redes sociais para se insurgir contra a Control.
“Mau é quando descascas e não encontras a noção“, refere a repórter, notando que é “o que falta” na publicação da marca de preservativos.
“Isto é bodyshaming puro com cheirinho a transfobia”, acrescenta Rita Marrafa de Carvalho.
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Pénis pequenos, ISTs e humor inteligente
Contudo, nas redes sociais, há também quem confesse que não associou a publicação a pessoas trans. “Eu interpretei como um homem com pila pequena, nem me lembrei dos trans”, diz um utilizador da rede social X.
“Quando alguém se indigna e se sente eventualmente ofendido por descobrir que uma castanha pode ter minhoca, diz muito do país e da sociedade que somos“, aponta outro utilizador.
E também há pessoas a notar que ligaram a minhoca a castanha estragada e, por isso, a infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Para outros utilizadores das redes sociais, a publicação só “brinca com o duplo sentido de forma inteligente“.
Control retira publicação e recebe mais críticas
O que é certo é que a polémica levou a Control a retirar a publicação do Instagram, alegando que “o limite do humor é um limbo de sensibilidades“.
“O post da castanha teve graça para muitos, mas ofendeu outros tantos e esse é obviamente o nosso limite”, argumenta a marca, agradecendo “a tod@s”, “aos que sorriram e elogiaram, mas mais ainda aos que [os] chamaram à razão“.
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Com esta decisão, a Control está a receber mais críticas, sendo acusada de ceder “à censura”. “Foram as minhocas que levaram a mal?”, questiona um utilizador da rede social X enquanto outro fala em limitar a “liberdade de expressão”.
“Este post a pedir desculpa por ofender pessoas ofende-me”, atira outra utilizadora do X, sublinhando que se sente “ofendida com a censura”.
O deputado da Iniciativa Liberal (IL) Mário Amorim Lopes também critica a postura da Control, comparando a situação aos “autos-de-fé” da Inquisição.
“Se o limite para o humor é definido por sensibilidades alheias, então deixa de existir humor, porque haverá sempre alguém que se sentirá ofendido, seja com política, seja com futebol, seja com questões identitárias, seja com o que for”, aponta o deputado da IL no X.
“Que a Control tenha de vir pedir desculpa por ter ofendido alguns só mostra os tempos socialmente obscuros em que vivemos“, acrescenta, concluindo que “isso sim é ofensivo para uma sociedade aberta e livre, que tem de saber rir-se de si própria“.
A deputada do Chega Rita Maria Matias junta-se às críticas no X e atira que “o lápis azul da brigada arco-íris até marcas de preservativos censura se a mensagem estiver desalinhada com a narrativa oficial autorizada”.
Hoje em dia ficam ofendido com tudo…. Perderam a capacidade de aceitarem uma piada ou que é possível alguém pensar ter sentido de humor diferente…
Ahahahahaa 5 estrelas CONTROL