Quase 300 pessoas trans foram mortas no ano passado, e 240 nos primeiros 10 meses deste ano, segundo o relatório da TGEU – Transgénero Europa, que contabilizou mundialmente 2.264 mortes desde 2008 até outubro de 2016.
Por ocasião do 18º aniversário do Dia Internacional da Memória Trans, que lembra as vítimas mortais de crimes transfóbicos ou de género, a rede europeia TGEU – Transgénero Europa, constituída por 150 organizações, espalhadas por 42 países, revela que nos primeiros seis meses deste ano foram mortas 166 pessoas. Uma atualização recente aumenta este número para 240 até 30 de setembro.
A contabilização é feita através do projeto “Monitorização das Mortes Trans”, que começou o trabalho em 2008 e tem vindo, ano pós ano, a relatar quantas pessoas são mortas em todo o mundo por serem trans ou terem distúrbios de género.
Nesse primeiro ano foram assassinadas 149 pessoas, um número que teve “um enorme aumento” nos cinco anos seguintes, com 224 pessoas mortas em 2009, 233 no ano seguinte, 268 em 2011 e 311 em 2012.
Em 2013, o número de mortes desce ligeiramente para 271, aumentando novamente no ano seguinte para 294 e baixando o ano passado para 274 pessoas. Tudo somado dá 2.190 mortes entre 2008 e junho de 2016, valor que cresce para 2.264 quando contabilizadas as 74 mortes que ocorrem nos meses de julho, agosto e setembro de 2016.
“Estas mortes foram relatadas a partir de todas as grandes regiões do mundo (África, Ásia, América Central e América do Sul, Europa, América do Norte e Oceânia) e, tendo em conta que em muitos locais só conseguimos informação parcial, estas 2.190 mortes são apenas a ponte do icebergue“, lê-se no relatório, referindo-se à contabilização entre 2008 e junho de 2016.
No global, a região da América Central e América do Sul, incluindo a zona do Caribe, é a que regista o maior número de mortes, com 1.711 pessoas trans assassinadas nos oito anos e meio, entre 23 países.
“Este número representa mais de 78% de todas as mortes reportadas a nível mundial“, refere a Transgénero Europa.
Na Europa, por outro lado, 113 pessoas foram mortas neste período de tempo, sete delas entre janeiro e julho deste ano.
Na maior parte dos casos, as vítimas foram baleadas (43.93%) ou esfaqueadas (24,23%). Em quase 65% as pessoas eram trabalhadoras sexuais.
Por outro lado, fazendo uma contabilização desde o dia 1 de outubro de 2015 até 30 de setembro de 2016, a TGEU registou 295 pessoas assassinadas, havendo relatos de mortes em 33 países nos últimos 12 meses.
A maioria ocorreu no Brasil (123), México (52), Estados Unidos (23), Colômbia (14) e Venezuela (14). Na Ásia, a maior parte dos casos aconteceu na Índia (6) e Paquistão (5). Já na Europa, os casos aconteceram sobretudo em Itália (5) e na Turquia (5).
Significa isto que, entre o dia 01 de janeiro de 2008 e 30 de setembro deste ano, 2.264 pessoas trans ou com distúrbios de género foram mortas.
/Lusa
E as outras que foram mortas não são pessoas? Não percebo este divisionismo.
Estes possivelmente andam pela rua e não só de forma provocatória sentindo-se no direito a tudo, por isso estou mais preocupado com o comum dos cidadãos que sem fazer mal a ninguém é roubado, assassinado e são aos milhares sem governos nem organizações que tomem medidas a seu favor.