Chefe da delegação europeia nas negociações do Brexit, Michel Barnier, anunciou que está infetado com Covid-19. As negociações ficam adiadas sem data de regresso.
O Brexit voltou a sofrer um novo percalço. Desta vez, devido ao surto do novo coronavírus, as negociações foram adiadas sem que as duas partes anunciassem uma data de regresso. Londres e Bruxelas estão a estudar um tratado comercial para a era pós-Brexit.
O chefe da delegação europeia nas negociações do Brexit, Michel Barnier, confirmou através da sua conta de Twitter que está infetado com Covid-19. “Estou bem, o moral é elevado”, garantiu, explicando que está agora em isolamento. “Vamos sair desta juntos!”, acrescentou.
Estava agendada uma reunião por videochamada para esta quarta-feira, mas o adiamento das negociações levou ao seu cancelamento. O grande número de participantes complica este tipo de reunião não presencial, escreve o Jornal Económico.
Face a esta pandemia, fica em aberto a possibilidade de prorrogar a data final do período de transição, prevista para 31 de dezembro próximo. Todavia, o primeiro ministro britânico, Boris Johnson, mostra-se reticente e quer manter a data, apesar do atraso nas negociações.
“Continuamos a confiar que o objetivo que estabelecemos para nós mesmos possa ser alcançado, e não creio que um atraso nas negociações forneça a ambos os lados a certeza de que precisam de mais tempo”, disse Dominic Raab, ministro das Relações Exteriores do Reino Unido.
A imprensa britânica especula, no entanto, que o gabinete de Boris Johnson tem um plano B caso a pandemia da Covid-19 se prolongue durante muito mais tempo.
Segundo o Jornal Económico, em relação às negociações do acordo comercial, o primeiro-ministro britânico “rejeita qualquer alinhamento do Reino Unido com regras de trabalho, ambientais, de proteção ao consumidor ou de controlo de auxílios estatais às empresas que operam na União Europeia”.