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México acredita em conciliação com EUA, mas Trump insiste em sanções tarifárias

UN DRR / Flickr

O Governo mexicano acredita que há 80% de hipóteses de um entendimento com os EUA, para resolver o diferendo sobre migração que levará a sanções económicas, mas o Presidente Donald Trump respondeu que é provável que as tarifas aumentem.

O ministro dos Negócios Estrangeiros mexicano, Marcelo Ebrard, numa entrada na sua página na rede social Twitter, disse acreditar que os Estados Unidos perceberão o esforço que o México está a fazer para travar o fluxo de imigração ilegal que atravessa a fronteira entre os dois países, travando assim as tarifas de importação como retaliação. “Vamos esforçar-nos por conseguir compreensão. É viável e desejável. Temos 80 para 20 de hipóteses de a alcançar”, disse Ebrard.

Mas o Presidente norte-americano reagiu de seguida, dizendo que espera que o aumento das tarifas às importações de produtos mexicanos comece já na próxima semana. “Vamos ver se podemos fazer alguma coisa. Mas acho que é mais provável que as tarifas prossigam”, disse Donald Trump, a partir de Londres, no segundo dia de uma visita oficial ao Reino Unido.

Na passada semana, Trump acusou o México de nada fazer para impedir o fluxo de imigração ilegal através das fronteiras e anunciou a imposição de tarifas adicionais de 05% às importações de produtos mexicanos, que poderão aumentar progressivamente até 25%.

Minutos antes de uma conferência de imprensa na embaixada mexicana em Washington, onde quarta-feira reunirá com representantes do Governo dos EUA, o ministro dos Negócios Estrangeiros do México usou o Twitter para mostrar sinais de otimismo, na resolução do diferendo.

“Na reunião de amanhã, que esperamos que seja uma longa reunião, partindo da base de que o México já está a fazer um grande esforço e compartilhando a preocupação, achamos que o relevante aumento no fluxo migratório tem uma solução”, disse Ebrard.

O chefe da diplomacia mexicana irá reunir com o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, prevendo que nessa reunião poderá ser atingido “um ponto de encontro”. Ebrard está em Washington desde sábado, acompanhado de uma delegação que inclui vários membros do Governo da área económica, numa missão que pretende travar as intenções norte-americanas de impor sanções que já foram consideradas, pelo Presidente do México, Lopez Obrador, “prejudiciais” para os interesses mexicanos.

O Presidente dos EUA deu até 10 de junho para serem encontradas soluções eficazes para o problema da imigração ilegal a partir do México, data a partir da qual entrará em vigor o regime de sanções tarifárias. Na véspera da partida para Londres, Trump disse que quer “ações, não palavras” por parte do Governo mexicano, dizendo que há negociações sobre o assunto há 25 anos, sem resultados práticos.

“Eles podem resolver a crise na fronteira num dia, se quiserem”, explicou Trump, numa mensagem na sua página da rede social Twitter, acrescentando que se nada for feito as empresas norte-americanas regressarão desde o México para os EUA.

Atualmente, os Estados Unidos são o principal parceiro comercial do México. O México exportou 328 mil milhões de dólares (cerca de 300 mil milhões de euros) em produtos para os Estados Unidos, entre janeiro e novembro de 2018, representando 80% do total das exportações.

// Lusa

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