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Médicos pedem ao Governo britânico que prepare o país para segunda vaga

Massimo Percossi / EPA

Em carta aberta, representantes da classe médica britânica criticam a flexibilização das medidas de contenção, um dia após o Governo britânico anunciar a reabertura de bares, restaurantes, museus e cinemas.

Esta quarta-feira, em casta aberta, profissionais de saúde britânicos pediram à classe política que prepare o Reino Unido para o “risco real” de uma segunda vaga de contágios, numa altura em que o país se prepara para entrar numa fase muito importante do desconfinamento.

Um dia depois de Boris Johnson anunciar a reabertura, no início de julho, de bares, restaurantes, cabeleireiros, museus e cinemas, representantes da classe médica escreveram uma carta aberta na publicação especializada British Medical Journal.

“Embora seja difícil prever o formato da pandemia no Reino Unido, as evidências disponíveis mostram que os focos são cada vez mais prováveis e que uma segunda vaga constitui um risco real”, escreveram os signatários, entre os quais o presidente da Associação Médica Britânica, que representa os médicos do Reino Unido.

“Agora, não se trata apenas de lidar com as importantes repercussões da primeira fase da pandemia, mas também de garantir que o país esteja adequadamente preparado para conter uma segunda fase.”

De acordo com a Deutsche Welle, o texto afirma ainda que o Governo deve não apenas combater as consequências económicas da primeira onda de contágio, mas também garantir que o país está adequadamente preparado para uma segunda onda.

Os signatários pedem o estabelecimento de uma comissão “construtiva” e “não partidária” que produzirá uma avaliação a partir de agosto e no final de outubro, o mais tardar. “Esta deve concentrar-se em áreas com fragilidades, onde são necessárias ações urgentes para evitar novas mortes e restaurar a economia o mais completa e rapidamente possível.”

Com 42.927 mortes e ainda mais de 52.000 casos de covid-19, incluindo casos suspeitos, o Reino Unido reúne o maior número de mortes na Europa devido à doença.

Na terça-feira, Chris Whitty, chefe dos serviços de saúde ingleses, disse em conferência de imprensa que as novas medidas de flexibilização não ocorrerão “sem risco” e que o vírus provavelmente continuaria presente “até a próxima primavera”.

ZAP //

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