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Marques Mendes revelou novo défice, lançou farpa a Rio e um alerta a Costa

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Mário Cruz / Lusa

Luís Marques Mendes

Se há dois meses o Governo previa uma queda de 6,9% do PIB este ano, o cenário mudou para pior: o Governo já admite uma queda de 9% da economia.

O Governo já reviu as estimativas para PIB e défice em baixo e espera que a economia afunde mais este ano do que o inicialmente previsto. Segundo Luís Marques Mendes, as perspetivas para a evolução do défice e, sobretudo, do PIB são agora menos animadoras.

O Governo espera uma queda do PIB de 9% este ano. Esta previsão é mais próxima daquela que a Comissão Europeia fez no início de este mês (-9,8%) e que significava uma retração muito superior à de -6,9% prevista pelo Governo no Orçamento Suplementar. Também é mais próxima da queda do PIB prevista no mês passado pelo Banco de Portugal, que estima que o PIB possa mesmo cair 9,5% este ano.

Além da previsão de queda do PIB de 6,9%, o Governo previa que o crescimento do PIB no ano seguinte, em 2021, seria de 4,3%. De acordo com o comentador político, esta previsão também se alterou: o Governo conta agora com um crescimento superior em 2021, de 5% do PIB, escreve o Observador.

No seu comentário habitual na SIC, Marques Mendes explicou que esta aceleração pode justificar-se pela dimensão maior da retração em 2020, dado que o ponto de partida (o PIB) de que o Governo parte para 2021 será mais retraído e, por isso, com maior potencial de melhoria.

Já em 2022, o crescimento previsto para o PIB é agora de 4%.

Nesta fase, o Governo espera um défice de 7,1% em 2020. Para o próximo ano, o Governo conta que seja de 3,9%, quando a previsão, anunciada em junho pelo ministro das Finanças João Leão, era de que ficasse abaixo dos 3%. Em 2022, o Governo prevê já que o défice venha a cifrar-se nos 2,2%.

Farpa a Rui Rio, elogio a António Costa

O fim dos debates quinzenais foi uma dos temas abordados por Luís Marques Mendes neste domingo, no espaço de comentário na SIC. O antigo líder do PSD criticou a decisão, considerando que “saem todos enfraquecidos, sobretudo a democracia e os portugueses”. “É um abuso.”

Marques Mendes considerou a “explicação de Rui Rio um absurdo” e aproveitou para chamar a atenção para a posição frágil do PSD nas sondagens. “Os portugueses acham que a oposição se estivesse no Governo não faria melhor. É a pior coisa que podia acontecer. Se criarem uma crise política só ajudam o PS.”

Já António Costa mereceu elogios. O comentador político elogiou o primeiro-ministro pelo acordo europeu, sublinhando que o governante “conduziu as negociações muito bem” e que “o resultado é muito bom”. Mas deixou um alerta para os “muitos riscos” que se seguem.

“O risco de gastarmos mal este dinheiro; i risco de fazermos o que é urgente, mas não o que é estruturalmente importante: requalificação; reforma da administração pública para a rejuvenescer e moderrnizar; e o risco da ilusão: pensar que resolve tudo. No passado tivemos muito dinheiro e andamos sempre a perder lugares na Europa”, disse, citado pelo Expresso.

O convite que António Costa endereçou ao PCP e ao Bloco de Esquerda mereceu a alcunha de “jogada tática“. “Se o convite tiver resultado positivo, Costa ganha em toda a linha. Não tendo, passa a culpa para cima do PCP e BE e fica com mais folga para fazer acordo à direita. Se quiser criar uma crise política, já ensaia a vitimização.”

Na ótima de Marques Mendes, nem o PCP nem o Bloco estão estão disponíveis para assinar um papel. “E é pena. Ter um governo minoritário, nesta fase, é precário.”

ZAP //

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