Marques Mendes: “Tenho amigos em vários partidos, incluindo no Partido Comunista. É um privilégio”

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Revelações do comentador, que não tem fontes privilegiadas para revelar novidades ao domingo. Tem saudades de liderar o grupo parlamentar do PSD.

Luís Marques Mendes esteve à conversa com Francisco Pinto Balsemão, no podcast Deixar o Mundo Melhor, do jornal Expresso.

O comentador resumiu o seu passado, falando (entre outros assuntos) sobre o tempo em que foi secretário de Estado da Comunicação Social, quando o primeiro-ministro era Aníbal Cavaco Silva.

“Quem ia para o cargo de secretário de Estado da Comunicação Social, era para se queimar. Mas isso não aconteceu comigo”, começou por contar.

“Tinha a meu cargo toda a comunicação social pública. Tenho esse gosto de ter criado a agência Lusa em 1987 e fui o primeiro a apresentar uma proposta para o aparecimento de televisões privadas”, lembrou.

Após décadas na política, e tendo passado por diversos cargos, esteve sempre ligado ao Partido Social Democrata mas criou amizades em diversos partidos: “Acho que tenho o privilégio de ter feito vários amigos na política, em diversos partidos, incluindo no Partido Comunista”.

É comentador televisivo desde 2010. Começou na TVI 24 como uma “espécie de apêndice” do então comentador Marcelo Rebelo de Sousa, que falava habitualmente na TVI.

Está na SIC há nove anos, como comentador semanal, ao domingo, onde costuma revelar novidades. Mas não tem acessos privilegiados.

Não tenho fontes privilegiadas. Não sendo jornalista, o que faço é o que fazem os jornalistas: testar para que não haja dúvidas de que a informação é rigorosa. Em 95 por cento dos casos, ou até mais, as informações que dei eram rigorosas”, salientou.

O processo é: “Começo a pensar no comentário logo na segunda-feira anterior. A parte de ter notícias dá mais trabalho do que se pensa. Porque, de um modo geral, ninguém telefona a dar caixas. É preciso ir lá buscá-las”.

E, em relação a obter notícias que mais ninguém tinha divulgado, reforçou: “Uma ou outra pessoa liga-me a dar notícias. Mas, na maior parte das notícias, sou eu que telefono para tentar obter a notícia”.

Ainda sobre o passado, Marques Mendes admite que o cargo que lhe deixou mais saudades foi o da presidência do Grupo Parlamentar do PSD, na década 1990.

Está longe da política e não se arrepende: “Estou muito bem”.

Ser presidente da República não está nos seus planos: “É uma questão que não está, nem nas minhas prioridades, nem nos meus propósitos, nem nos meus planos. Se um dia mudar de ideias, daqui a três ou quatro anos, di-lo-ei publicamente, sem tabus. Mas não é provável que mude de ideias”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

4 Comments

  1. Liberdade de informação, informação independente, livre, e isenta precisa-se.
    A tão desejada comunicação social livre, foi o maior bluff da Revolução dos Cravos, herdamos uma comunicação social viciada, que nunca Ousou pela sua independência, pela sua liberdade, os Portugueses pagam uma televisão e Rádio para não depender do capital privado,e poder assim ser livre,verdadeira,independente, mas consegue ser pior que a comunicação social dependente do capital privado,dos acionistas,dos Grupos de interesses, impedindo assim que os portugueses tenham comunicação social isenta, e verdadeira, serve tal e qual ou pior, os interesses de interesses, do sistema,dos grupos económicos e políticos, é a ordem dos médicos,dos enfermeiros os sindicatos,etc, não tendo um jornalismo que saiba o que é informar,o que é informação de serviço público, o que é isenção, não me recordo já há quantas décadas na comunicação social não existe uma reivindicação,um conflito de empresas, uma destabilização social, penso que é o único sector de atividade em que tudo está bem,quando devia ser o contrário, comunicação social livre precisa-se.

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