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Afinal, Mário Nogueira não pretende deixar o PCP

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Paulo Novais / Lusa

O secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira

O líder da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, não está, afinal, a pensar deixar de ser militante do PCP. Esta posição surge depois de o jornal Público ter noticiado que ele ia repensar o seu futuro no partido.

Mário Nogueira admitiria deixar o PCP depois de os comunistas afirmarem que vão chumbar o “travão financeiro” da direita relativamente ao decreto sobre a aprovação integral do tempo de serviços dos professores. A mesma posição foi tomada pelo Bloco de Esquerda e, por isso, a aprovação do diploma perdeu força e deve mesmo chumbar em votação final. 

“Poderia ter havido uma maior consideração pelos professores e isso põe-nos a pensar”, disse Mário Nogueira, logo no início da semana, apelando diretamente aos partidos de esquerda para que se abstivessem na votação das condições propostas pelo PSD e CDS.

Questionado pelo Público sobre se estaria a pensar desfiliar-se do PCP devido à posição agora assumida por este partido, o líder da Fenprof comentou que ainda não teve “tempo para pensar nisso”, mas também não descartou a possibilidade. O diário concluiu, assim, que Mário Nogueira poderia “afastar-se do partido”.

Mas uma fonte da Fenprof garante ao Diário de Notícias que Mário Nogueira “não tem qualquer intenção” de deixar o PCP e que “o título da notícia” do Público “não corresponde ao que foi dito e está no texto”.

“Quando se aceita estar numa vida mais pública, consegue-se muitas vezes viver com os insultos e ataques que muitas vezes vêm de onde já se espera. Não é isso que mata. O que mói é quando vêm de pessoas mais próximas, como o meu camarada Carlos Carvalhas, e isso põe-nos a pensar sobre o futuro”, disse Mário Nogueira na entrevista ao Público.

Na terça-feira, o antigo secretário-geral do PCP Carlos Carvalhas disse que só entende o apelo aos partidos de esquerda feito por Mário Nogueira na véspera “pelo desespero”. “A certa altura, as pessoas agarram-se a qualquer coisa”, afirmou, em declarações à TSF.

O líder comunista, Jerónimo de Sousa, disse nesta terça-feira que “houve uma apreensão [do secretário-geral da Fenprof], que se compreende perfeitamente. Mas a grande questão é que não podemos enganar e iludir os professores”, votando favoravelmente os critérios da direita “a troco de uma mão cheia de nada”.

“Acho que, mais cedo ou mais tarde, os professores vão assumir que fizemos bem”, disse.

Mário Nogueira disse ainda que só soube da posição do PCP e do Bloco quanto ao modo como vão votar no Parlamento pela comunicação social.

O Parlamento está no período crucial no que respeita a este diploma. A comissão parlamentar de educação deu esta terça-feira o seu aval à proposta de texto final sobre as alterações ao diploma dos professores, o que deverá remeter para o próximo plenário, na sexta-feira, dia 10, a votação final global da apreciação parlamentar.

ZAP //

3 Comments

  1. É claro que não !
    O PCP dá-lhe o respaldo necessário para se mostrar importante.
    Como é que os professores se sentem, representados por um professor comuna que já não entra numa sala de aula há mais de 20 anos, mas continuando a receber como professor ??

  2. O número de professores destacados nos sindicatos é actualmente de 281, dos quais 125 exercem actividade sindical a tempo inteiro e por isso não dão aulas!
    O nosso amigo Márinho também não sabe o que é dar aulas, mas sabe bem o que é receber do bom e não fazer nenhum!
    Só a estes amigos professores sindicalistas, todos nós pagamos cerca de 10 milhões de euros por cada ano!
    Querem ser sindicalistas a tempo inteiro? OK, mas porque motivo tenho eu de lhes pagar o ordenado?
    E pior, agora vêm reclamar o que perderam no tempo da crise, quando eu no privado também perdi e não reavi nada! Sendo que agora querem que lhes pague o que eu não tive!
    É INJUSTO PARA TODOS OS PORTUGUESES!
    Percebem agora porque motivo não ganham a simpatia do povo???
    Enxerguem-se e tenham decoro!

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