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Vereadora crítica da intervenção do Exército no Rio de Janeiro foi assassinada

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jeso.carneiro / Flickr

A vereadora brasileira Marielle Franco

A vereadora da câmara do Rio de Janeiro, conhecida por fazer duras críticas à intervenção do Exército na cidade, foi morta a tiro na noite desta quarta-feira.

A vereadora do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Marielle Franco, foi assassinada, esta quarta-feira à noite, com quatro tiros na cabeça, quando seguia no banco traseiro de um automóvel.

A vereadora de 38 anos era conhecida por fazer duras críticas à atuação da Polícia Militar e da intervenção do Exército na segurança do Rio de Janeiro. Segundo o jornal Público, as autoridades acreditam que se possa tratar de um caso de assassínio político.

Marielle Franco tinha acabado de sair de uma sessão sobre o papel das mulheres negras na sociedade brasileira quando foi atingida. O condutor, Anderson Gomes, de 39 anos, também foi morto. Uma assessora que também seguia no veículo, Fernanda Chaves, sofreu ferimentos ligeiros provocados pelos estilhaços.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que o ataque foi feito por atiradores que estavam noutro automóvel e que dispararam indiscriminadamente e fugiram sem roubar nada.

A política era uma conhecida ativista em defesa dos direitos humanos, especialmente das mulheres negras, e foi a quinta mais votada nas eleições de 2016 para o Conselho do Rio de Janeiro.

Socióloga de 38 anos, originária das favelas de Maré, uma das áreas mais violentas da cidade, era a relatora da comissão da Câmara de Vereadores do Rio criada para fiscalizar as operações policiais no âmbito da intervenção militar.

O crime ocorreu quase um mês depois do Presidente Michel Temer ter decretado uma intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro para combater a onda de violência nesta cidade brasileira que, no ano passado, causou quase sete mil mortes.

“Não podemos descartar a hipótese de crime político, ou seja, uma execução. Marielle tinha acabado de denunciar a ação brutal e truculenta da PM na região do Irajá, na comunidade de Acari. Além disso, as características do crime com um carro emparelhando com o veículo onde estava a vereadora, efetuando muitos disparos e fugindo em seguida reforçam essa possibilidade. Por isso, exigimos apuração imediata e rigorosa desse crime hediondo. Não nos calaremos!“, pode ler-se numa nota publicada no site do PSOL, citada pelo Público.

“É com profundo pesar que lamentamos o brutal assassinato da vereadora Marielle Franco, cuja honradez, bravura e espírito público representavam, com grandeza inigualável, as virtudes da mulher carioca. A sua trajetória exemplar de superação continuará a brilhar como uma estrela de esperança para todos que, inconformados, lutam por um Rio culto, poderoso, rico, mas, sobretudo, justo e humano”, declarou o prefeito Marcelo Crivella.

ZAP // EFE

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