Marido de Ana Abrunhosa recebeu fundos comunitários com condenado por corrupção

27

Tiago Petinga / Lusa

A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa

O marido da ministra Ana Abrunhosa recebeu 133 mil euros de um fundo comunitário após se ter candidatado com um sócio condenado por corrupção.

Uma empresa criada por António Trigueiros de Aragão, marido da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, recebeu 133 mil euros de fundos europeus, em 2021.

O caso gerou polémica devido a um potencial conflito de interesses, visto que é a própria governante que tutela as entidades responsáveis pela gestão dos fundos comunitários. A Thermalvet, empresa detida a 40% por António Trigueiros de Aragão, foi constituída quando Ana Abrunhosa já era governante.

O Expresso avança esta sexta-feira que o marido de Ana Abrunhosa tinha como sócio um empresário chinês condenado por corrupção ativa. 

Em causa está Zhu Xiadong, um empresário chinês condenado em junho de 2020 pelo Tribunal da Relação de Lisboa a três anos e cinco meses de prisão, com pena suspensa, por corrupção ativa.

Zhu Xiadong e a sua esposa, Zhu Baoe, subornaram António Figueiredo, antigo presidente do Instituto dos Registos e Notariado (IRN) no processo dos Vistos Gold.

“Esse senhor é meu amigo, não vai deixar de ser meu amigo”, disse António Trigueiros de Aragão, confrontado pelo Expresso. “Não tenho mais comentários a fazer”.

Há ainda um outro apoio de 66.015 euros a uma empresa na qual o marido da ministra tem uma participação indireta. Este apoio surge no âmbito do programa Compete 2020, que é tutelado pelo Ministério da Economia. Em causa está a XIPU, detida em parte pela Multialimenta.

A ministra da Coesão Territorial garantiu que “não acompanha os negócios que são do marido”, apesar de António Trigueiros Aragão ter admitido uma troca de ideias com a governante.

Esta quinta-feira, embora não estivesse na lista de trabalhos, o tema foi discutido numa audição com a ministra da Coesão Territorial.

“Existe um profundo conflito ético. Até ao final do dia, a senhora ministra tem duas opções. Ou a empresa do seu marido devolve os fundos, assume o erro que foi aceitar esse tipo de fundos… E isto é uma chatice, é verdade. Nós temos um fundo empresarial que, infelizmente, está viciado em fundos europeus. E é uma chatice que alguém que, só por ser casado com uma ministra, não possa estar em situação de igualdade. É uma chatice”, começou por dizer Carlos Guimarães Pinto, da Iniciativa Liberal.

“Mas é uma chatice que decorre da responsabilidade que alguém que exerce cargos públicos deve ter. E, se achar que essa chatice – que é mesmo uma chatice – é demasiado para si, a segunda opção seria deixar esse cargo público que traz estas obrigações. Mas não tenho prazer nenhum em que a ministra deixe o seu cargo”, acrescentou.

Ana Abrunhosa reagiu: “Eu só quero dizer-lhe uma coisa: do que depender da minha opinião, nada do que eu disse será apagado. Deixo aqui esta declaração. Não há necessidade de fazer isso. O senhor deputado exerceu a sua opinião, como eu tenho a minha. Portanto, não lhe podendo responder, eu deixo esta declaração”.

Daniel Costa, ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

27 Comments

  1. Andar com uma blusa daquelas, não abona nada a favor da senhora… E para que raio serve em Portugal um “Ministério da Coesão Territorial”? Até parece que isto é a Rússia, o Canadá ou os EUA! Uns meros 92 mil km2 com 10 milhões de almas…

    • A blusa está de acordo com o seu “prá frentex” como demonstrou no seu elogio ao revolucionário Nuno Santos, quando lhe enviou um beijo solidário pela porcaria dos dois aeroportos que duraram 24 horas.

    • Eu por exemplo votei nele,ou tem duvidas? e não é por acaso que nas sondagens ninguem o ultrapassa.
      ou você tem saudades do Gatuno que nos roubou?

      • O 44? Antigo líder do PS e chefe do Costa, o atual líder, durante o tempo de maior gatunagem de que há memória.
        O Costa, nessa altura em que era braço-direito do 44, era cúmplice ou era muito muito parvinho para não ver o que estava a acontecer e que o que todos os outros viam? É que nem uma coisa, nem outra abonam a favor do Costa para ocupar o lugar que ocupa…

  2. A corrupção é grande mesmo dentro dos partidos. Uma vergonha sem qualquer tipo de desculpas. A ministra não tem opções para lá da demissão e e reposição do dinheiro. Num país democrático e principalmente sério, só pode ser assim. Costa anda com más companhias. Aliás, sendo em principio bom homem, não passa uma personagem meio goês meio lisboeta, falta-lhe a alma portuguesa, a alma nacional dum transmontano, dum beirão, dum alentejano. Depois de Lisboa não vê mais nada! È pouco para um país mesmo pequeno.

  3. Infelizmente em portugal estas coisas acontecem e as pessoas perpetuam-se no cargo/poder. Tipico de um pais latino.
    Enfim nada de novo. Ontem era a atribuição de subsidio, hoje já temos um sócio envolvido e condenado por corrupsão… o que mais será amanha?

    Não gosto da atitude mas o Marcelo para umas coisas fala de forma a que se tomem medidas. Nestes casos suspeitos de corrupção apenas diz que é preciso avaliar… enfim… só a simples suspeita já é motivo para se demitirem…

  4. Fosca-se que estes ministros parece que têm que ter no currículo “experiência em corrupção”! Há manifesta falta de qualidade e de talento neste governo de maioria absoluta.

  5. A noticia aqui é : “condenado a três anos e cinco meses de prisão, com pena suspensa, por corrupção ativa.”

    O crime compensa, sempre.

  6. Que uma empresa receba fundos para mim tudo bem. Mesmo se a mulher dum dos sócios é ministra, nada a dizer! Mas quando esses fundos foram recebidos para o suposto aproveitamento das águas das termas de Monfortinho para produtos veterinários, aí já me parece muito estranho para não dizer suspeito!

  7. Não sei porque não publicam o meu comentário, mas vou repetir.
    Não foi o 44 que nos roubou mas sim o Passos Coelho, ou não se sentiram roubados?
    Aliás ele passava recibos verdes e não sabia que tinha que pagar impostos

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.