Marcelo sonha comemorar o seu último Dia de Portugal na Venezuela

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Estela Silva / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, nas Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, na Suíça

Marcelo Rebelo de Sousa assumiu o sonho de comemorar o Dia de Portugal do próximo ano (o último enquanto Presidente) na Venezuela. O Chefe de Estado, admitiu, no entanto, não saber se haverá condições para o concretizar.

No final das comemorações do 10 de Junho na Suíça, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado pela comunicação social se já tinha decidido os locais das comemorações do próximo ano, escusando-se inicialmente a responder, uma vez que ainda não tinha falado com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, que estava ao seu lado.

Mas, esta quinta-feira, o chefe do Governo disse que não se importaria com esse anúncio, pelo que o Presidente da República avançou: “Se o primeiro-ministro não se importa, ele percebe porque vou dizer isto, é um sonho que tenho há muito tempo”.

“Se houver condições adoraria que fôssemos à Venezuela, é mudar de continente, é um sonho nosso, de uma comunidade que tem tantos anos e que tanto tem prestigiado do nome de Portugal”, disse.

Questionado o que pensa desta ideia, Luís Montenegro disse que o momento era de balanço do Presidente da República, afirmando apenas compreender a intenção do chefe de Estado.

Compreendo bem a intenção do senhor Presidente da República de mais uma vez estar ao lado de uma comunidade que tem tido tempos difíceis”, disse.

Sobre se haverá condições políticas e de segurança na Venezuela para este tipo de comemorações, Marcelo Rebelo de Sousa disse não querer acrescentar mais nada.

“É um sonho que tenho há muito tempo, veremos se há condições para realizar o sonho”, admitiu,

Portugueses felizes com sonho de Marcelo

A comunidade portuguesa e lusodescendente demonstrou satisfação com o sonho de Marcelo realizar as comemorações do Dia de Portugal junto dos portugueses na Venezuela.

É importante para a nossa comunidade e é uma demonstração não apenas do Governo [de Portugal] mas também do Estado, de aproximar-se à comunidade portuguesa e acompanhar com atenção a situação na Venezuela”, disse à Lusa Fernando Campos, conselheiro das comunidades portuguesas

“Fico satisfeito, aplaudo muito essa manifestação de querer vir e se for possível teremos muito gosto em recebê-lo por cá, como máximo representante de Portugal. Receber o Presidente de Portugal na Venezuela será um momento de festa e toda a comunidade portuguesa vai preparar-se para sua visita. É bom para Portugal, para os portugueses, para todos”, disse o conselheiro.

No entanto, Fernando Campos disse ter percebido, nas palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, que a deslocação à Venezuela “estaria condicionada de alguma maneira a que as condições, políticas e sociais, estejam criadas”.

Fernando Campos explicou ainda que há consciência, em Portugal, que as eleições presidenciais de 28 de julho “vão definir a situação política na Venezuela, mas que não se sabe aquilo o que acontecerá”.

Fernando Campos recordou ainda que o último Presidente de Portugal a visitar a Venezuela foi Jorge Sampaio, em 1997.

Quando assumiu a chefia do Estado, em 2016, Marcelo Rebelo de Sousa lançou, em articulação com o então primeiro-ministro, António Costa, e com a participação de ambos, um modelo inédito de duplas comemorações do 10 de Junho, primeiro em Portugal e depois junto de comunidades portuguesas no estrangeiro.

A Suíça foi o sétimo país estrangeiro a acolher a celebração, após França (2016), Brasil (2017), Estados Unidos (2018), Cabo Verde (2019), Reino Unido (2022) e África do Sul (2023), sendo que em 2020 e 2021 só houve cerimónias em Portugal devido à pandemia da covid-19.

ZAP // Lusa

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