José Coelho / Lusa

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa
Marcelo Rebelo de Sousa considerou que houve “problemas de comunicação” na gestão do apagão de segunda-feira. Ainda assim, defendeu que o Governo tem razão quando afirma que, “apesar de tudo, o saldo é positivo”.
Quase uma semana depois de ter falado pela última vez à comunicação social, Marcelo Rebelo de Sousa voltou ‘ao ativo’.
O Presidente da República justificou o seu ‘apagão’ sobre o apagão que afetou o país esta segunda-feira, com o facto de não querer interferir na campanha nem no último debate das eleições legislativas antecipadas.
“Uma intervenção minha tinha o melindre de ser em campanha eleitoral e na véspera de um debate, o último, entre o primeiro-ministro e Pedro Nuno Santos, em que era inevitável que a matéria fosse tratada”, explicou, durante uma visita ao Quartel da Pontinha, em Odivelas.
“Entretanto, o primeiro-ministro anunciou que, além da auditoria europeia que solicitou, tomava a iniciativa de constituir uma Comissão Técnica Independente, em que houve apenas divergências com o momento, mas ninguém discordou. Por bom senso, entendi que fazia sentido não estar a comentar durante estes acontecimentos e esperar pelas conclusões da comissão técnica independente”, acrescentou.
Foi precisamente sobre a forma de gestão do apagão que as primeiras perguntas dos jornalistas de centraram neste ‘regresso’ de Marcelo.
O Chefe de Estado considerou que nem tudo correu bem na comunicação e gestão do problema, comparando o caso com os incêndios de 2017, “em que o Governo foi apanhado de surpresa por uma realidade nunca verificada (…) portanto, vamos aprender muito com a Comunicação Técnica Independente (…) e retirar lições para o futuro”.
Marcelo Rebelo de Sousa usou os incêndios de 2017 como exemplo, sublinhando que é importante que para a próxima saia melhor: “Têm razão as oposições quando dizem: mas para o futuro convém que se fosse melhor (…) Foi o que aconteceu nos incêndios de 2017; agora é neste domínio que também é de proteção civil”.
Ainda assim, o Presidente da República admitiu que este “é um daqueles casos em que o Governo tem razão quando diz: olhem, apesar de tudo aquilo que aconteceu, e em que houve realidades e fragilidades que ficaram visíveis e que nós não imaginávamos, apesar disso tudo, não há dúvidas que o saldo é positivo“.
Marcelo não recebeu SMS da Proteção Civil
“Agora, que houve problemas também de comunicação houve. O próprio Governo reconheceu que o SIRESP conheceu, uma vez mais, momentos de não funcionamento. Foi patente para muitos portugueses que não receberam os SMS da Proteção Civil tão depressa quanto desejável. Eu até hoje não recebi nenhum”, apontou o Presidente da República.
Governo prepara “substituição urgente” do SIRESP
Na tarde desta sexta-feira, o Governo anunciou a criação de uma equipa “de trabalho técnica e multissetorial” para “a substituição urgente” da rede SIRESP, após esta ter falhado na segunda-feira durante o apagão de energia.
“A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, e o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, emitiram um despacho que determina a constituição de uma equipa de trabalho técnica e multissetorial com a missão de desenvolver, no prazo máximo de 90 dias, um estudo técnico-estratégico para a substituição urgente do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP)”, refere um comunicado conjunto daqueles dois ministérios.
O Governo sublinha que o SIRESP “mostrou limitações estruturais e operacionais em cenários de elevada exigência operacional”, sendo por isso necessário um novo sistema “mais robusto, fiável, resiliente e interoperável”.
Esta não foi a primeira vez que o Sistema falhou em situação de crise.
Miguel Esteves // Lusa
Apagão na Europa
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Marcelo quebra silêncio e admite má comunicação do Governo. “No futuro convém que seja melhor”
Está completamente xéxé este sujeito. “Que no futuro seja melhor”. Que patetice, aventar a hipótese de um próximo apagão. e amedrontar as pessoas. Não é na rua, num qualquer microfone, que estas coisas se dizem e de forma tão desastrosa. Ainda falta muito para este “passarinho” sair de vez do palácio?