Um inquérito revela que uma parte significativa dos turistas norte-americanos, especialmente os mais jovens, escolhe os seus destinos tendo em conta a aparência física da população local ou de outros turistas.
Uma nova pesquisa revela que, para uma surpreendente parte dos viajantes americanos, escolher onde passar as férias não se resume apenas a praias, comida ou pontos turísticos — mas também às pessoas nas fotografias.
De acordo com um inquérito da Full Frame Insurance, 27% dos americanos já visitaram ou planeiam visitar um destino especificamente porque as pessoas nas fotografias promocionais ou nas redes sociais pareciam atraentes.
A tendência é especialmente forte entre os homens, com 35% a admitir esta influência. A Geração Z lidera o grupo — 59% afirmam que os habitantes locais ou outros turistas “sexy” são um fator decisivo na escolha de um destino. Em contraste, apenas 7% dos Baby Boomers admitem a mesma motivação.
Os especialistas dizem que isto não é simplesmente vaidade, mas uma forma de “previsão social”. Ou seja, os viajantes avaliam que tipo de público podem encontrar, a cena social e se a viagem pode ser aspiracional ou romanticamente promissora. Numa era movida pela imagem, os destinos onde todos parecem elegantes, divertidos e prontos para o Instagram têm uma vantagem competitiva.
Para a Geração Z, a ligação entre aparência e viagem está ainda mais entrelaçada com as redes sociais. Quase um terço afirma ter levado alguém numa viagem principalmente para tirar fotografias e fazer vídeos, tratando a documentação como parte essencial da experiência de viagem, refere a Vice.
No entanto, a atração não se resume apenas à beleza convencional. 42% de todos os inquiridos — e 64% da Geração Z — afirmam que são mais propensos a visitar um destino se as fotos retratarem uma gama diversificada de pessoas de diferentes raças, tipos físicos, idades e capacidades. As imagens inclusivas facilitam aos viajantes imaginarem-se a aproveitar o destino, constatou a pesquisa.
Mas a dependência das fotos tem um lado negativo: a desconfiança. Significativos 83% dos inquiridos disseram que as imagens demasiado refinadas ou geradas por IA os deixam ansiosos quanto à autenticidade de um destino. Muitos temem que as fotos cuidadosamente selecionadas possam esconder realidades menos atraentes.
Estes medos não são infundados. Quase 40% dos viajantes afirmam ter sido enganados pelas fotografias de viagem, com 10% a interromper as viagens após a deceção. Entre a Geração Z, 18% terminaram as férias mais cedo porque a experiência da vida real não correspondia à descrição online.