O Presidente falou ao país, esta quinta-feira, depois de a Assembleia da República ter aprovado a renovação do estado de emergência até 15 de abril.
Marcelo Rebelo de Sousa começou por dizer que, há duas semanas, na Assembleia da República, lembrou o que todos os portugueses querem, isto é, “que o desconfinamento seja sensato e bem-sucedido” e que isso se faz com “testagem, rastreio e vacinação”. “É este o nosso desafio imediato, a começar nos próximos dias até à Páscoa”, declarou.
O Presidente considera que um desconfinamento bem-sucedido “exige testar e rastrear, desde logo, as escolas que já abriram e aquelas que irão abrir depois da Páscoa”, sendo “um esforço enorme, mas essencial, para garantir a confiança e reforçar a segurança”.
Marcelo disse ainda que o sucesso deste desconfinamento exige também “vacinar mais e mais depressa”, tendo lembrado que, nas últimas semanas, houve duas questões que preocuparam os portugueses e muitos europeus.
“A primeira questão foi o atraso do fornecimento de vacinas, obrigando a reajustamentos no plano traçado no final de 2020. Esperamos que esta questão possa ser finalmente ultrapassada durante o segundo trimestre, ou seja já a partir de abril, e que, naquilo de que nós dependa, tudo façamos para recuperar o tempo decorrido, convertendo o milhão que já tomou a primeira toma e o meio milhão que já tomou a segunda nos 70% imunizados em setembro”, disse.
Segundo o chefe de Estado, a segunda questão foi “mais perturbadora”. “Surgiram dúvidas e depois decisões individuais de vários Estados da União Europeia, suspendendo o recurso a uma determinada vacina”, disse, sem referir o nome da AstraZeneca.
“Esta questão acabou por ser resolvida com a intervenção da Agência Europeia do Medicamento (EMA), que confirmou a segurança e a eficácia da vacina suspensa”, reforçou.
Voltando a lembrar que “testar, rastrear e vacinar são essenciais para um desconfinamento bem-sucedido”, o Presidente recordou também que estas medidas “não bastam” e que “é preciso sensatez e, desde já, durante a semana da Páscoa“.
Mas sensatez depois desse período também, uma vez que “a renovação do estado de emergência vai vigorar até ao dia 15”, momento em que “haverá mais escolas e atividades económicas e sociais abertas”, mas também “muito maior circulação de pessoas”.
“Temos de dar esses passos de modo a que os números de infetados, de unidades de cuidados intensivos e de mortos, assim como o indicador de transmissão e de contágio, não invertam a tendência destes dois meses, nem aumentem por forma a travarem o que todos desejamos: o esbatimento da pandemia antes do verão”, declarou.
Marcelo considerou que todos “vivemos, nestes dias, um tempo de alívio e de esperança”, mas destacou que isso só foi possível “graças aos sacrifícios de dois meses de milhões de portugueses”.
“Façamos deste tempo um tempo definitivo, sem mais confinamentos no futuro. Testemos, vacinemos, mas cumpramos também as regras sanitárias, contendo o risco de infeção. Se assim for, ao longo da execução do plano de desconfinamento, criaremos as condições para sair do estado de emergência”, afirmou o chefe de Estado.
“Estamos mais perto do que nunca, mas ainda não chegamos à meta que desejamos: um verão e um outono que representem mesmo o termo de mais de um ano de vidas adiadas, atropeladas e desfeitas. Há ainda caminho a fazer, precaução a observar, moderação a manter”, apelou o Presidente, lembrando que temos de pensar no “próximo grande desafio que se impõe”, o de “reconstruir tudo aquilo que a pandemia destruiu”.
“São apenas umas semanas, mas umas semanas que bem podem valer por muitos meses e anos ganhos na vida de todos nós. E comecemos já pela Páscoa, antes ainda das aberturas de abril e de maio. Com prudência, sentido de solidariedade e esperança acrescida de futuro. Portugal merece-o, todos nós portugueses o merecemos”, concluiu.
O decreto presidencial, que entretanto já foi promulgado, foi aprovado com os votos a favor do PS, PSD, CDS, PAN e da deputada não-inscrita Cristina Rodrigues. PCP, PEV, Chega e Joacine Katar Moreira votaram contra (o deputado do Iniciativa Liberal, que já se tinha mostrado contra a renovação, não esteve presente na votação). O Bloco de Esquerda foi o único partido que se absteve.
Este é o 14.º diploma do estado de emergência – que permite a suspensão do exercício de alguns direitos, liberdades e garantias – do chefe de Estado para permitir medidas de contenção da covid-19.
O atual período de estado de emergência termina às 23h59 da próxima quarta-feira, 31 de março. Esta renovação terá efeitos entre as 00h00 de 1 de abril e as 23h59 de 15 de abril.
Em declarações ao jornal online Observador, a Presidência do Conselho de Ministros confirmou que o Governo se vai voltar a reunir esta sexta-feira e, no mesmo dia, fará o briefing sobre a primeira avaliação do plano de desconfinamento e as medidas para os primeiros dias deste novo estado de emergência.
O PR pede “sensatez” à população, mas ele vai para o Bairro do Aleixo (e para onde lhe dá na real gana), só para ficar bonito na fotografia… ou na selfie…
A grande preocupação é a imagem…
É caso para dizer: “bem prega frei Tomás… muito diz, mas pouco faz”…
Sensatez? Com um PR pode pedir sensatez se ele próprio não é sensato? Na altura do Natal, desdobrou-se em jantares, provocando os tais ajuntamentos que deveriam ser evitados a todo o custo (e algo que ele próprio pediu á população). Depois foi a visita, na tomada de posse, ao Bairro do Cerco. Povo por tudo quanto é lado ainda durante o confinamento total. Pois… Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço. O pior é que o povo, que já nada respeita, (regras sanitárias) vendo o PR a dar este grande exemplo e pedindo o contrário, faz com que toda a gente ainda respeite menos. Acaba por descredibilizar-se e descredibilizar todos os esforços (embora muito fracos) para combater a pandemia. Mais! Desrrespeita todos aqueles que combatem a pandemia, como os médicos, bombeiros, forças de segurança, etc. Sensatez?! Ele é que deveria ser sensato e responsável, dando o exemplo! Se calhar acha-se mais que os outros… O quê?! O Presidente da República de todos os portugiueses pensa-se mais que os outros? Isso não pode ser!!!
Se não chegamos á meta é por culpa do Governo, da Assembleia, do povo em geral (que não se comporta) e… de ti, sr Marcelo Rebelo de Sousa!!! VERGONHA!!!