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No dia do debate do Estado da Nação, Marcelo pede a privados que vão “à luta” por “protagonistas políticos mais fortes”

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António Cotrim / Lusa

No dia em que António Costa anunciou os milhões que Portugal vai receber da Europa, Marcelo Rebelo de Sousa esteve com patrões e pediu-lhes que vão “à luta” por protagonistas políticos “mais fortes” e com “mais eco” nos momentos de decisão eleitoral.

Pouco tempo depois do Governo sair do Parlamento após horas de discussão com as oposições, o Presidente da República chegava ao Centro de Congressos de Lisboa para fazer um discurso a uma plateia de empresários a quem decidiu pedir que vão “à luta” por “protagonistas políticos mais fortes” que deem “mais eco” em momentos eleitorais e que constituam uma solução alternativa.

Marcelo Rebelo de Sousa deixou esta mensagem no encerramento de uma conferência do Fórum para a Competitividade – Associação para o Desenvolvimento Empresarial, no Centro de Congressos de Lisboa.

Na base do seu discurso esteve a dicotomia Estado/setor privado e o deficiente crescimento do país, com o qual Marcelo mostrou estar preocupado e que considera só poder arrancar se os privados assumirem “um papel central” na recuperação económica do país, refere o Expresso.

Numa intervenção de 20 minutos, o chefe de Estado considerou que em Portugal “os protagonistas políticos, económicos e sociais defensores de um percurso diferente não têm logrado alcançar força persuasiva para que o seu discurso constitua um discurso alternativo e, sobretudo, constitua uma solução alternativa”.

“Não é impunemente que fomos das primeiras monarquias absolutas da Europa e das últimas a deixarem de o ser – se é que em quadros mentais o deixámos de ser, no que respeita à supremacia do Estado sobre a sociedade civil”, observou.

No final do seu discurso, o Presidente da República incentivou o setor privado a “prosseguir o seu empenho ou, se quiser, a sua luta, para ter protagonistas institucionais, políticos e outros, mais fortes, para ter discurso político com mais eco nos momentos de decisão popular e eleitoral”, mesmo que esteja descontente com o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

“Nomeadamente distinguindo o que é seu efetivo papel e o peso do investimento privado daquilo que pode ser um desperdício irreversível, para converter o sentimento aqui hoje expresso em acicate para o que são os anos imediatos: travar a batalha cultural, travar a batalha institucional, travar a batalha correspondente ao seu efetivo peso na criação do Produto Interno Bruto (PIB), com trabalho, competência, visão de longo fôlego, qualificação e responsabilidade social”, completou.

O Presidente da República pediu ainda aos privados que atuem “com realismo e com independência, com sentido do bem comum, evitando a perpetuação da inelutável e casuística tendência de os poderes públicos quererem influenciar e determinar o seu sentir”.

ZAP // Lusa

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3 Comments

  1. Enquanto os privados não forem obrigados a ter as condições do setor publico e não forem obrigados a praticar salários justos em todas as categorias profissionais e não apenas nas chefias, será complicado serem competitivos!

  2. Depois dos escândalos todos de empresários a corromperem políticos, é isto que o Marcelo conclui? Que o privado precisa de ser mais influente sobre o processo político?
    Partindo do pressuposto elitista que os empresários têm sequer noção do “bem comum”? (e criticando que Portugal tem mentalidade de absolutismo – poder concentrado todo no topo, lol)
    Está a ficar chéché.

  3. Lamento pela tristeza da direita que não sabe mais duque aquilo que está na cassete dos tais casos e casinhos, se pensam subir ao poder á custa do cabrita, dos excessos de velocidade, é ser muito pouco ambicioso e nenhuma amostra de mais valia para fazer mudar de governação, diria que é muita preguiça e pouca sabedoria, a Bancada do PSD/CDS parece muito cansada, sem ideias, sem motivação, dá a entender que é mais urgente renovar as bancadas da oposição do que o governo, atualizem-se, estamos em 2021, não se pode fazer política como se fazia em 1975, com casos destes, o eleitorado é mais culto, vê o Governo a resolver problemas e a oposição a os criar, não é isso que qualquer cidadão quer, não adianta dizer que nos centros de saúde as consultas estão atrasadas, se quando o cidadão recorre ao Particular é depara com a mesma situação, tendo de esperar meses, semanas para um exame, uma consulta, umas análises, uma especialidade, são argumentos que não dão crédito a quem os usa, resultava em 1975 já passou quase meio século, é preciso mostrar obra, mudar para uma política de amostra de competência mostrando mais valia, o PSD não pode ser um partido de Protesto, tem de mostrar qualidades.

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