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Marcelo Rebelo de Sousa inicia visita oficial à Guiné-Bissau, 32 anos depois de Mário Soares

Tiago Petinga / Lusa

Marcelo Rebelo de Sousa inicia esta segunda-feira à tarde a sua primeira visita oficial à Guiné-Bissau enquanto Presidente da República, com um programa intenso, que inclui encontros institucionais, com a comunidade portuguesa e uma homenagem aos antigos combatentes portugueses.

“Vou à Guiné-Bissau, para onde tinha convite já muito antigo”, afirmou na semana passada o chefe de Estado português, que em outubro de 2020 recebeu em Lisboa o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, também em visita oficial.

Marcelo Rebelo de Sousa tem chegada a Bissau prevista para esta segunda-feira ao final da tarde, vindo de Cabo Verde, e estará na capital guineense até ao fim do dia de terça-feira.

Esta segunda-feira tem um encontro com representantes da comunidade portuguesa, numa unidade hoteleira. Estimativas oficiais indicam que vivem na Guiné-Bissau cerca de 2.500 portugueses, mas muitos não estão permanentemente no país.

O programa concentra-se na terça-feira, com uma série de encontros institucionais, a começar pelo seu homólogo, Umaro Sissoco Embaló, que o receberá no Palácio da Presidência, em Bissau, para um encontro seguido de declarações à imprensa e de um almoço.

Antes, o Presidente português irá à Fortaleza Amura depositar coroas de flores nos túmulos de Amílcar Cabral e João Bernardo “Nino” Vieira, em homenagem aos heróis da luta da independência.

Após o encontro com o chefe de Estado guineense, o programa inclui uma homenagem aos antigos combatentes portugueses da guerra colonial sepultados no cemitério de Bissau – onde há três anos esteve o presidente do PSD, Rui Rio, numa visita à Guiné-Bissau por ocasião do Dia de Portugal concertada com Marcelo Rebelo de Sousa, que assinalou esse 10 de Junho de 2018 em Cabo Verde.

Depois, o chefe de Estado e Estado português irá reunir-se com o presidente do parlamento, Cipriano Cassamá, e líderes das bancadas parlamentares. O último ponto desta visita será um encontro com o primeiro-ministro guineense, Nuno Gomes Nabiam, no Palácio do Governo, em Bissau.

A Guiné-Bissau foi a primeira colónia portuguesa em África a tornar-se independente. A independência foi proclamada unilateralmente em 24 de setembro de 1973, decorrida uma década de luta armada, e reconhecida por Portugal um ano mais tarde, a seguir ao 25 de Abril, em 10 de setembro de 1974.

Mário Soares foi o último Presidente português a realizar uma visita oficial à Guiné-Bissau, em 1989.

Em entrevista à RTP, na quinta-feira, respondendo a protestos contra esta visita, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que acontece “na sequência de uma eleição presidencial (de Umaro Sissoco Embaló, em dezembro de 2019) que foi reconhecida por missões da União Europeia e outras missões internacionais”, acrescentando: “Nunca tive dúvidas nenhumas em ir”.

Se a política externa circunscrevesse o relacionamento entre Estados àqueles que perfilham sempre e apenas a nossa conceção de sistema político económico e social, eu não tinha ido a muitos países a que fui – eu e os meus antecessores todos – nem tinha recebido chefes de Estado de países que foram recebidos por mim e pelos meus antecessores. Por maioria de razão, sendo um país da CPLP”, argumentou.

// Lusa

 

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