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Marcelo defende que Portugal deve aproveitar excedente para pagar dívida

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Manuel de Almeida / Lusa

O Presidente da Repúlica, Marcelo Rebelo de Sousa

Marcelo Rebelo de Sousa considera que o excedente orçamental previsto de 0,2% deve servir para “acelerar o pagamento da nossa dívida”.

Poupar não é “uma mania”, mas uma forma de o país “subir na cotação internacional”, disse esta quarta-feira o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

“É um ponto de viragem e é bom que os portugueses percebam porque é que é importante haver mais receitas do que despesas pela primeira vez em muitas décadas. É que isso vai permitir acelerar o pagamento da nossa dívida. Não temos estado a diminuir a dívida, que é uma das maiores da Europa, ao ritmo desejável. Isto significa Portugal subir na cotação internacional e juros impostos a descerem e todos nós beneficiarmos com isso”, afirmou.

Após uma ronda de encontros com os partidos representados na Assembleia da República, o secretário de Estado dos assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, descreveu um “cenário macroeconómico em linha com o que foi apresentado no programa de Governo e com o cenário de políticas invariantes enviado em 15 de outubro para Bruxelas”, designadamente a “estabilização do crescimento económico em 2% e um saldo orçamental de 0,2% do Produto Interno Bruto”, em “continuação da convergência com a União Europeia”.

O Conselho de Ministros reúne-se no sábado para aprovar a proposta de Orçamento do Estado para 2020, diploma que será entregue na Assembleia da República na segunda-feira, disse à Lusa fonte do executivo.

No cenário macroeconómico que apresentou aos partidos, o Governo prevê um excedente orçamental de 0,2% e um crescimento de 2% para 2020, mantendo o executivo uma previsão de défice de 0,1% para este ano.

Convidado a comentar estes números, Marcelo admitiu que Portugal tem “muitas necessidades” a cobrir, nomeadamente, na saúde, educação, segurança, infraestruturas e comunicações, mas frisou que “querer poupar por poupar não é uma mania”.

Esta é uma oportunidade única de inverter a situação da nossa divida pública perante o exterior”, referiu o chefe de Estado, que falava aos jornalistas, na reitoria da Universidade do Porto (UPorto), à margem da cerimónia de atribuição do título de Doutor Honoris Causa ao escritor portuense Mário Cláudio.

O Presidente da República disse, ainda, que “há expectativas de que este ano, quando o orçamento é melhor, haja mais investimentos na saúde, infraestruturas e segurança”, apontando esta melhoria como uma espécie de compensação face a anos anteriores.

“É expectável que em geral o investimento público – que sofreu tanto antes porque sofreu – seja compensado ao menos numa parte no próximo ano e nos anos seguintes se a economia mundial e europeia o permitir”, concluiu.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Ele que todos os meses tem um excedente podia muito ser ele a pagar a dívida, foi ele e outros antecessores é que a fabricaram e muito contribuiram para o descalabro.

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