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Marcelo pede discurso claro, “sem drama e com serenidade” sobre regresso às aulas

Mário Cruz / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deixou esta terça-feira um recado para os participantes da reunião do Infarmed: que tenham um discurso claro para que os portugueses saibam como vai ser a condução da pandemia quando o ano letivo começar.

“Os portugueses só pedem uma coisa: que haja um discurso claro”, começou por dizer Marcelo Rebelo de Sousa a partir de Roma, onde se encontra para a 16.ª edição da reunião de Chefes de Estado da União Europeia que integram o chamado Grupo de Arraiolos, iniciativa fundada pelo antigo chefe de Estado Jorge Sampaio, que faleceu na semana passada, aos 81 anos.

“Eu disse sempre no Infarmed e disse-o fora do Infarmed: é muito importante que em cada momento — e agora é uma nova fase que corresponde ao começo do ano letivo — que os portugueses saibam exatamente quais são as regras“, disse o Presidente da República, falando na necessidade das pessoas “saberem como vai ser”, “sem drama, com serenidade, mas com esclarecimento”.

Para o chefe de Estado, que participa esta quinta-feira na retoma das reuniões do Infarmed, é preciso que fique claro que, quando e “se houver infetados […], como é que é a reação e como é que se vai normalizando a vida nacional”.

Segundo Marcelo, citado pelo Expresso, só um discurso claro pode continuar a garantir uma reação “lúcida, serena e massiva dos portugueses”, como demonstraram ao longo do último ano e meio.

Para o chefe de Estado, é bom “poder dar esse exemplo numa reunião internacional“, na qual a saída da pandemia foi um dos temas discutido.

Questionado sobre os negacionistas, que no passado sábado violentaram verbalmente o Presidente da Assembleia da República à saída de um restaurante, Marcelo Rebelo de Sousa disse que “os radicais não correspondem ao sentir da maioria dos portugueses” e defendeu que “o que pertence à Justiça pertence à Justiça”.

“A grande resposta” é “não fazer o jogo das minorias”, continuou. “Somos uma democracia, existem essas minorias, mas a grande maioria do povo português foi muito clara, uma percentagem esmagadora de jovens aderiu à vacina”.

De acordo com os dados divulgados esta terça-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS), mais de metade dos jovens entre os 12 e os 17 anos e todos os idosos acima dos 65 anos têm vacinação completa contra a covid-19.

Segundo o relatório semanal da vacinação, 52% dos jovens dos 12 aos 17 anos (320.708) já completaram a vacinação — na semana anterior eram 25% — e 84% (525.426) receberam pelo menos uma dose.

Além disso, 80% da população portuguesa, o equivalente a mais de 8,2 milhões de pessoas, já concluiu o processo de vacinação e 85%, mais de 8,8 milhões, já tem a primeira dose da vacina.a

Sofia Teixeira Santos, ZAP // Lusa

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