Marcelo vai pedir explicações a Costa sobre caso Miguel Alves

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Manuel de Almeida / Lusa

O primeiro-ministro, António Costa, acompanhado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

À medida que os dias passam, a lista de vozes socialistas a apelar a uma saída pelo próprio pé engrossa.

A habitual reunião semanal entre Marcelo Rebelo de Sousa e o primeiro-ministro terá, esta quinta-feira, um assunto incontornável na agenda: o caso Miguel Alves, antigo presidente da Câmara Municipal de Caminha e atual secretário de Estado adjunto de António Costa. Desde há umas semanas que o responsável tem estado sob fogo depois de a comunicação social ter divulgado um polémico adiantamento de 300 mil euros correspondente a rendas a um promotor da construção de um Centro de Exposições Transfronteiriço naquele concelho, estrutura que até hoje não foi iniciada.

Até ao momento ainda não é claro se Miguel Alves é arguido ou não nos casos em que está a ser investigado, mas este será precisamente um dos pontos sobre os quais Marcelo Rebelo de Sousa pretende ser informado. Ou seja, em que condições o governante permanecerá no Governo e quais os critérios definidos pelo próprio primeiro-ministro para situações semelhantes.

De acordo com o Expresso, nos corredores do Palácio de Belém comenta-se que o caso em questão é “politicamente insustentável“. Ainda assim, é feita uma diferenciação entre a existência de uma acusação formal por parte dos tribunais (nestas condições seria o Parlamento a pronunciar-se, segundo a Constituição) e o decorrer de uma investigação — a única certeza até ao momento.

No que respeita a possíveis saídas do Governo, as possibilidades que se vislumbram (a demissão por parte do Presidente da República não é uma delas) terão que passar por uma decisão direta de António Costa — opção pouco provável de momento — ou iniciativa própria de Miguel Alves, de forma a limitar, dentro dos possíveis, os danos reputacionais para o Governo.

À medida que os dias passam, a lista de vozes socialistas a apelar a uma saída pelo próprio pé engrossa, assim como as críticas quanto à estratégia de defesa. No último fim de semana, o antigo autarca, em entrevista ao Jornal de Notícias e à TSF, deu como justificação para o adiantamento a “evidência de trabalho” dada pelo promotor em obras na Guarda e em Alfândega da Fé. No entanto, o jornal Público avançou ontem que nenhuma das obras saiu do papel.

Ainda no âmbito judicial, apesar de sem confirmação, Miguel Alves poderá ser também arguido em mais dois processos com autarcas, Éter e Teia, noticiou o Observador.

ZAP //

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