Depois de um desalinho relacionado com o plano de desconfinamento, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa voltam a remar para o mesmo lado. O Presidente da República admite que o estado de emergência pode ir até maio e o primeiro-ministro garante recuar ao “primeiro sinal” de risco.
Esta segunda-feira, Marcelo Rebelo de Sousa avisou que é “muito provável” que haja estado de emergência até maio, uma declaração em linha com o primeiro-ministro, que garantiu na Comissão Nacional do PS que, ao “primeiro sinal” de aumento de risco, o Governo irá “parar e até recuar” no desconfinamento.
Segundo o Observador, o objetivo é evitar na Páscoa o que aconteceu no Natal.
O cenário europeu não é ignorado nem por Marcelo, nem por Costa. Esta segunda-feira, o Presidente mostrou preocupação com os “avanços e recuos das sociedades à nossa volta”, que estão a voltar a fechar, na sequência da “onda” negativa da variante britânica do vírus.
Chegou a estar em cima da mesa uma solução jurídica para dispensar o estado de emergência, mas Marcelo Rebelo de Sousa parece agora estar determinado a defender este instrumento, que tem vindo a ser utilizado sem intervalos desde novembro.
O Observador sabe que Marcelo chegou a admitir que o atual estado de emergência pudesse ser o último ou o penúltimo, mas agora está mais prudente. Não só diz ser “muito provável” que dure até maio, como sugere que essa é a melhor opção.
Na altura da apresentação do plano de desconfinamento – em que o Presidente não fez a típica comunicação ao país – Marcelo e Costa falavam a duas vozes.
Marcelo queria as escolas abertas só depois da Páscoa, mas Costa ordenou a abertura do 1.º ciclo logo a 15 de março. O desalinho parece estar ultrapassado, depois de o chefe de Estado ter admitido que o Executivo fez bem em começar pelos estabelecimentos de ensino.
Afinal, começar o desconfinamento pelas escolas foi um ato “bem escolhido por parte do Governo”, que “teve o apoio do Presidente da República”.
Marcelo Rebelo de Sousa mantém também a confiança no plano de vacinação do Governo e da task force e afirma que “tudo indica que no segundo trimestre haja um número suficiente de vacinas para recuperar o calendário que se atrasou”.
“Se houver essa capacidade de recuperação, no segundo trimestre e início do terceiro trimestre chegamos a 70% da população vacinada, chegamos a uma taxa de imunização muito grande”, afirmou o Presidente, numa declaração que parece estar na mesma linha do que disse António Costa no debate bimestral.
É um belo “puxão”, é… Um puxão de orelhas! 😀
Tenho que pedir ao Covid para ele comprar novas pastilhas para o tal “travão”.