Marcelo preocupado com o sucessor (receia “estilhaços” de uma candidatura de Gouveia e Melo)

Marcelo Rebelo de Sousa vai andar “recatado”, à espera que o novo líder do PSD se afirme como “oposição efectiva” ao Governo, enquanto vai olhando para a eleição do seu sucessor.  Em Belém, teme-se que uma eventual candidatura de Gouveia e Melo à Presidência da República beneficie um candidato do PS.

Marcelo está de olho no seu sucessor e em Belém, há cinco nomes que surgem como potenciais candidatos: Marques Mendes, Paulo Portas e Gouveia e Melo à direita, e António Costa e Augusto Santos Silva do espectro da esquerda, segundo o que avança o Nascer do Sol.

Ora, o Presidente “está preocupado que um ‘populista’ como o almirante Gouveia e Melo possa dividir a direita nas presidenciais, contribuindo assim para uma vitória de António Costa ou Augusto Santos Silva”, vinca a publicação.

Gouveia e Melo já admitiu a possibilidade de se candidatar à Presidência da República. “Não se deve dizer que dessa água não beberei”, vincou em Dezembro do ano passado a propósito do assunto.

O vice-almirante também já esteve no meio de um desaguisado público entre Marcelo e Costa quando o Presidente da República desautorizou o Governo no âmbito da substituição do Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) Mendes Calado.

Marcelo acabou por ceder à pressão do Executivo, nomeando Gouveia e Melo para o CEMA ainda antes das eleições legislativas.

Nesta fase em que se esperam alguns tumultos sociais, nomeadamente com protestos e greves devido à situação económica, Marcelo “quer estar recatado”, sublinham fontes de Belém ao Nascer do Sol. “Não ficava bem ao Presidente pedir contas pelo que não estiver a ser feito” pelo Governo, vincam.

“O Presidente vai esperar para ver e só depois se pronunciará, já que não quer ser considerado uma força de bloqueio“, apontam ainda.

Entretanto, o Presidente da República também “paga para ver” como é que Luís Montenegro se vai dar como novo líder do PSD. A expetativa de Marcelo é que seja um impulso para o PSD se relançar como “oposição efectiva a António Costa”, afiançam as mesmas fontes ouvidas pelo Nascer do Sol.

“Os próximos nove meses serão decisivos para o novo líder do PSD se afirmar, até porque é previsível que vá acontecer contestação social nas ruas“, notam também.

Mas “é preciso que o novo líder entenda que deve estar em sintonia com o Presidente, pois só dessa forma se poderá fiscalizar a acção governativa”, dizem ainda, em jeito de recado a Montenegro.