Ninguém se entende quanto às visitas de figuras do Estado aos bairros da periferia de Lisboa, depois da morte de Odair Moniz que foi baleado por um polícia na Cova da Moura.
O líder do PS, Pedro Nuno Santos, criticou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, por não ter ido aos bairros onde houve problemas depois da morte de Odair Moniz na Cova da Moura, após ter sido baleado por um polícia.
Pedro Nuno Santos esteve no bairro do Zambujal, onde morava Odair Moniz, e entende que este já é “um padrão” de Montenegro, acusando-o de não se dar ao trabalho de “estar presente no terreno com as pessoas”.
Chega protesta contra ida de Marcelo ao Zambujal
Mas, por outro lado, o líder do Chega, André Ventura, critica as visitas de Pedro Nuno e também do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao Zambujal, apontando que têm as “prioridades absolutamente trocadas“.
“É um sinal absolutamente errado do ponto de vista polícia começar por se visitar as famílias ligadas ao jovem que morreu, Odair Moniz, e não visitar em primeiro lugar as esquadras, ou os polícias afectados por esta situação, ou aqueles que têm sido afectados pela violência, como o Tiago, o motorista”, aponta ainda Ventura.
Por isso mesmo, o Chega vai apresentar um protesto formal em Belém, junto da Presidência da República na próxima quarta-feira.
“Quando há um conflito desta natureza, um político deve, em primeiro lugar, estar ao lado das instituições do Estado“, salienta também o líder do Chega.
Marcelo foi à esquadra e falou com família de Odair e do motorista
O líder do PS está a visitar, nesta semana, projectos comunitários nos bairros do Zambujal e da Cova da Moura, no concelho da Amadora, e em Caxias, Oeiras, e tem agendadas reuniões com os sindicatos da polícia.
Na passada sexta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa visitou a esquadra da PSP no bairro do Zambujal e conversou com familiares de Odair Moniz. Também telefonou à mãe do motorista que ficou ferido com gravidade numa das noites de desacatos que se seguiram à morte do cabo-verdiano.
Vários bairros da Área Metropolitana de Lisboa sofreram uma onda de caos e violência após a morte de Odair Moniz, com autocarros, carros e caixotes do lixo queimados e vandalizados.
Cerca de duas dezenas de pessoas foram detidas e sete ficaram feridas.
ZAP // Lusa