A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, admitiu esta segunda-feira apoiar uma recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa nas próximas eleições presidenciais, porque quem apoia à primeira também apoiará a segunda.
“Obviamente quem apoiou à primeira, também apoiará à segunda”, afirmou Cristas aos jornalistas, após a vista a uma fábrica têxtil em Guimarães, no arranque das jornadas parlamentares do CDS em Braga.
A líder centrista foi confrontada com as declarações de Marcelo no Panamá, de que tinha vontade de se candidatar para receber o papa Francisco na edição de 2022 das Jornadas Mundiais da Juventude, que se realizarão em Lisboa.
Apesar de dizer que esse era um assunto para questionar o próprio Rebelo de Sousa, Cristas afirmou que o CDS “foi apoiante desde a primeira hora do Presidente” e que, primeiro, os candidatos apresentam-se e os partidos declaram quem querem apoiar. “Nós cá estaremos”, afirmou a líder centrista.
No passado sábado, falando aos jornalistas na Cidade do Panamá, onde participou nas Jornadas Mundiais da Juventude afirmou que saía de lá com “uma grande vontade” de se recandidatar. À pergunta se espera ser o chefe de Estado a poder receber as jornadas como Presidente da República, começou por dizer: “Eu tenho dito que a minha decisão é só em meados de 2020″.
“Saio daqui — e amanhã [domingo] admito que mais — com uma grande vontade de, se Deus me der saúde e se eu achar que sou a melhor hipótese para Portugal, com uma grande vontade de me recandidatar”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
Marcelo Rebelo de Sousa completou na quinta-feira passada três anos da sua eleição como Presidente da República.
// Lusa
Acho que Marcelo faz mal em se recandidatar.
Não vai acrescentar nada de novo ao mandato atual, em que já começa a cansar-nos, e vai cansar-se escusadamente.
Para receber o Papa, qualquer presidente serve. Quanto aos interesses de país, o argumento ainda é pior: Marcelo é tão patriota como os outros e, em matéria de capacidades, não é nenhum iluminado.
Embora modesto nos hábitos, sente uma grande atração pela comunicação social e pela ribalta política. Fazia melhor em sair. Deixava uma marca de proximidade e apaziguamento a que somava o exemplo de humildade democrática e de sentido de Estado.