Manuel Pinho considera que as buscas foram uma “manobra de diversão” e diz que os inspetores estavam embaraçados por terem de levar algumas garrafas de vinho barato.
Os inspetores da Polícia Judiciária e os procuradores do Ministério Público fizeram novas buscas em casa de Manuel Pinho, em Braga, no âmbito do caso EDP/CMEC. Fotografias, quadros, tacos de golfe, garrafas de vinho e uma máquina de flippersforam alguns dos bens apreendidos esta quinta-feira.
Foram levadas perto de duas centenas de garrafas de vinho considerado corrente, segundo o Jornal de Notícias, incluindo vinho verde, vinho do Douro e alguns espanhóis. Também foi copiado o conteúdo do disco rígido do seu computador.
O Ministério Público avançou com o pedido de arresto da totalidade dos 26 mil euros brutos — cerca de 17 mil euros líquidos — da pensão do antigo ministro de José Sócrates, que já foi decretado pelo juiz Carlos Alexandre, avança o Observador.
O arresto preventivo da pensão acontece porque os magistrados do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) consideram que o seu património continua a ser insuficiente em relação ao produto dos alegados crimes.
A defesa de Manuel Pinho já reagiu, com o advogado Ricardo Sá Fernandes a criticar o Ministério Público, que diz apenas querer “humilhar” o antigo governante.
Já esta sexta-feira, em declarações ao semanário Expresso, o próprio Manuel Pinho reagiu às novas buscas à sua residência. Pinho considerou as buscas uma “manobra de diversão” e uma espécie de bullying.
“Uma manobra de diversão para tentar disfarçar a vergonha por que os procuradores e o juiz vão passar quando se verificar nas próximas semanas que são incapazes de acusar a EDP de ter sido favorecida em um euro que seja, depois de terem andado a investigar durante mais de dez anos e forçado a demissão dos seus responsáveis com base em que havia evidência esmagadora contra eles”, disse Manuel Pinho, por escrito, ao Expresso.
“Faço questão de dizer que os agentes que acompanharam o procurador foram corretíssimos e estavam embaraçados com a ideia de terem de levar umas garrafas de vinho barato, um jogo de flippers em segunda mão e uma estatueta de barro. Isto não lembra mesmo a ninguém”, acrescentou.
O ex-ministro foi constituído arguido no âmbito do caso EDP em 2017, por suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais, num processo relacionado com dinheiros provenientes do Grupo Espírito Santo. No processo EDP/CMEC, o MP imputa aos antigos administradores António Mexia e Manso Neto quatro crimes de corrupção ativa e um crime de participação económica em negócio.
O caso está relacionado com os Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), no qual Mexia e Manso Neto são suspeitos de corrupção e participação económica em negócio para a manutenção do contrato das rendas excessivas, no qual, segundo o MP, terão corrompido o ex-ministro da Economia, Manuel Pinho, e o ex-secretário de Estado da Energia Artur Trindade.
O processo tem ainda como arguidos o administrador da REN e antigo consultor de Manuel Pinho, João Conceição, o ex-secretário de Estado da Energia Artur Trindade, Pedro Furtado, responsável de regulação na empresa gestora das redes energéticas e o antigo presidente do BES, Ricardo Salgado.
Tanto teatro, tanto teatro, que até dói.
Efetivamente seria humilhação e /ou bullying- e assim parece que alguém quer fazê-lo parecer para a opinião pública! – se não fosse algo que lhe desse imenso jeito.
Mas porque é que as investigações passam, durante anos a fio, ao lado de quem poderia falar de coisas úteis? Porque será que há tanto empenho nestes números mediáticos, deixando-se completamente de fora quaisquer hipóteses de se abrir uma nesga de porta que seja para que fale quem deveria falar?! Pobre país!….
Tem mesmo cara de quem bebe “Vinho Barato” , talvez un ( Château Latour) seja para Ele un tintol barato , com a pensão vitalícia que recebe é natural !