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A maldição dos anos bissextos. Que podemos esperar para 2024?

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Jiji Press / EPA

Avião em chamas após colisão no aeroporto de Tóquio

O arranque de um novo ano chega repleto de esperança e de planos. Mas 2024 é um ano bissexto, uma particularidade que ocorre a cada quatro anos, com o mês de Fevereiro a ter 29 dias ao contrário dos 28 de um ano comum. E há quem acredite que isso traz má sorte, com base em alguns eventos trágicos.

Há vários ditados populares que evidenciam este lado trágico dos anos bissextos. Talvez conheça algumas destas crenças populares:

  • Ano bissexto, ano travesso.
  • Março de ano bissexto, muita fome e muito mortaço.
  • Ano bissexto, palha e grão cabem dentro de um cesto.

Mas não é só na agricultura que a ideia da má sorte é aplicada. O negócio dos casamentos também se ressente, em muitos países, nos anos bissextos, pois acredita-se que casar nesses anos traz azar à união.

Porque temos, afinal, anos bissextos?

Há uma justificação científica para a existência de anos com 366 dias ao invés dos 365 dias dos anos comuns.

Tem tudo a ver com o tempo que a Terra leva a dar a volta ao Sol e que é de 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. Portanto, é preciso recuperar esse “atraso” de cinco horas, 48 minutos e 46 segundos que se vai acumulando.

Assim, a cada quatro anos, acrescenta-se um dia a mais para corrigir a “anomalia” no calendário e ajustá-lo ao ano solar.

Eventos trágicos têm marcado os anos bissextos

Vários momentos trágicos têm marcado os anos bissextos nas últimas décadas, seja por uma coincidência triste, seja pela tal maldição da crença popular.

Em 1616, morreram Miguel de Cervantes e William Shakespeare, dois importantes poetas e dramaturgos da literatura europeia.

Alguns anos mais tarde, em 1772, outro ano bissexto, França inaugurou o uso da guilhotina como método para execução de prisioneiros condenados à morte.

E em 1812, Napoleão Bonaparte sofreu a sua maior derrota em combates contra a Rússia, com a morte de 600 mil soldados franceses.

O naufrágio do Titanic foi também num ano bissexto, em 1912, matando 1500 pessoas. A tragédia com o maior navio transatlântico da época matou várias figuras da alta sociedade da época.

Em 1932, ocorreu a morte do filho do aviador norte-americano Charles Lindbergh que foi sequestrado do berço e assassinado num evento trágico.

O campo de concentração nazi em Auschwitz, na Polónia, foi construído num ano bissexto, mais concretamente em 1940. Oito anos mais tarde, em 1948, foi assassinado Mahatma Gandhi.

Em 1968, um franco-atirador matou Martin Luther King, a grande figura da luta dos direitos civis dos negros nos EUA.

Uns anos depois, em 1972, deu-se a tragédia do sequestro e assassinato de 11 atletas de Israel nos Jogos Olímpicos de Munique, na Alemanha, num atentado do grupo terrorista “Setembro Negro”.

Quatro anos depois, no ano bissexto de 1976, começou a ditadura militar na Argentina com o sequestro de cerca de 30 mil pessoas. Milhares de crianças foram retiradas dos braços dos pais detidos, e o seu paradeiro continua desconhecido.

Em 2016, deu-se a tragédia da equipa brasileira Chapecoense com a queda do avião onde seguiam jogadores e equipa técnica. Morreram 71 pessoas.

E se recuarmos a 2020, foi o ano em que o mundo se isolou devido à pandemia de covid-19 que levou à morte de 6,3 milhões de pessoas em todo o mundo.

Tragédia no arranque de 2024 no Japão

Este ano bissexto de 2024 já começou da pior forma no Japão, com o choque entre dois aviões no maior aeroporto do país um dia depois de um sismo de 7,6 que matou dezenas de pessoas e levou à deslocação de centenas de milhares.

E o ano ainda está só a começar…

Susana Valente, ZAP //

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