Erro humano pode estar na origem do choque de aviões no Japão

Jiji Press / EPA

Avião em chamas após colisão no aeroporto de Tóquio

Especialistas que estão a investigar as causas do acidente confessam que pode ter havido “erro humano” nas comunicações entre as duas aeronaves. Evacuação “milagrosa” impediu morte de quase 400 pessoas.

Depois de um Airbus A350 irromper em chamas em Haneda, o maior aeroporto do Japão, consequência de um choque na pista entre o avião com quase 400 pessoas com uma aeronave da guarda costeira, os especialistas que estão a investigar as causas do acidente confessam que pode ter havido “erro humano” nas comunicações entre as duas aeronaves.

A colisão, que deixou o avião em chamas e partido em dois, aconteceu um dia depois de um sismo de 7,6 na escala de Richter que já matou quase 70 pessoas e levou à deslocação de centenas de milhares.

Dentro do Airbus, todas as 379 pessoas a bordo sobreviveram. Fala-se num “milagre”, apesar de seis pessoas a bordo do Bombardier Dash-8 — que seguia caminho para ajudar no sismo — terem morrido.

“Não parece haver dúvida que estamos na presença de um erro humano. Falta saber qual e de quem. Se foi o controlador que estava de serviço ou se foi algum dos pilotos que interpretou mal as instruções que lhe foram dadas”, disse ao Diário de Notícias o antigo comandante da TAP, José Correia Guedes.

Roger Whitefield, antigo piloto comercial, disse na Sky News que assistimos a um “milagre” neste acidente, dado não haver vítimas para já: “A maneira como tiraram todos os passageiros daquele avião é quase inacreditável”.

Sobretudo porque se viu fumo a sair de uma das portas traseiras, o que significa que a visibilidade no avião “deve ter sido nula”.

“Para a tripulação retirar todos os passageiros, foi um milagre. Não há duas maneiras de fazer isso”, comentou o ex-piloto.

Terramoto matou quase 70 pessoas

O Japão entrou em 2024 com dois desastres nos dois primeiros dias do ano.

As autoridades japonesas elevaram para 64 o número de mortos no terramoto que atingiu o centro-oeste do país na segunda-feira, sublinhando que as equipas de socorro estão a enfrentar uma meteorologia desfavorável para o resgate das vítimas.

Ao longo das estradas, muito danificadas ou bloqueadas pela queda de árvores, grandes placas alertam para possíveis deslizamentos de terra.

As autoridades pedem cautela devido às fortes chuvas que estão a cair hoje e às suas consequências em toda a península de Noto, na província de Ishikawa, uma longa e estreita faixa de terra que se estende até ao Mar do Japão.

“Estejam atentos a deslizamentos de terra até hoje à noite”, alertou a Agência Meteorológica do Japão (JMA).

Milhares de edifícios na península de Noto foram total ou parcialmente destruídos pelo desastre e ainda podem ser destruídos por tremores secundários, tornando as operações de resgate delicadas. A cada alerta, as equipas de resgate devem se retirar dos escombros com urgência.

O número de vítimas poderá ainda aumentar, uma vez que as buscas deverão durar mais alguns dias nas zonas rurais e em aldeias de difícil acesso.

Mais de 31.800 pessoas refugiaram-se em centros de alojamento instalados em diferentes aldeias, segundo as autoridades japonesas, e quase 34.000 casas ainda estão sem eletricidade na província de Ishikawa.

Mais de 115 mil casas em Ishikawa e em outras duas províncias também estão privadas de água, informou hoje o Governo japonês.

Localizado no Anel de Fogo do Pacífico, o Japão é um dos países com sismos mais frequentes no mundo.

ZAP // Lusa

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