O ministro da Transparência, Fiscalização e Controle do Brasil, Fabiano Silveira, pediu demissão esta segunda-feira, depois de surgir em escutas telefónicas a criticar a Operação Lava Jato.
Gravações divulgadas pela imprensa no domingo mostram o ministro a criticar o trabalho da Procuradoria-Geral da República na Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção que envolve dezenas de políticos e várias empresas, incluindo a petrolífera estatal Petrobras.
As gravações foram feitas em fevereiro, quando Fabiano Silveira ocupava o cargo de conselheiro do Conselho Nacional de Justiça. Na conversa, o agora ministro demissionário dá conselhos aos investigados numa conversa com o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o ex-presidente da Transpetro (empresa subsidiária da Petrobras), Sérgio Machado.
O conteúdo das gravações mostra Fabiano Silveira a dar orientações sobre como deveriam agir os políticos investigados na Operação Lava Jato, diante da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e, em particular, diante do procurador-geral de Justiça, Rodrigo Janot.
Perante estes factos, os funcionários da antiga Controladoria-Geral da União (CGU) organizaram esta segunda-feira protestos em Brasília, incluindo uma acção em frente ao Planalto e a entrega de cargos por parte dos funcionários, que também fizeram uma lavagem das escadas à entrada do ministério.
Os funcionários pediam o regresso do nome anterior da pasta, exibindo faixas a dizer “Combate à corrupção já tem nome. CGU”, “Fortalecer sim, extinguir jamais” e “Tirem as mãos da CGU”.
A saída de Fabiano Silveira é a segunda baixa no governo interino do Brasil, que tomou posse há 17 dias. Há uma semana, Romero Jucá (PMDB), que liderava o Ministério do Planeamento, foi afastado.
ZAP / Lusa / SN
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