O Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), principal aliado do PT da presidente Dilma Rousseff e ao qual pertence o vice-Presidente Michel Temer, decidiu esta terça-feira abandonar o Governo.
Após meses de discussões e ameaças, numa convenção que durou cerca de cinco minutos, o PMDB encerrou uma aliança de cerca de 14 anos com o Partido dos Trabalhadores, elevando o risco de Dilma Rousseff ser destituída da Presidência.
Mais de 100 dos 127 membros da direção nacional do partido decidiram a “imediata saída do PMDB do governo, com a entrega dos cargos em todas as esferas do Poder Executivo Federal”. Os que permanecerem nos cargos ficarão sujeitos à instauração de processos no Conselho de Ética do partido.
A decisão foi anunciada pelo senador Romero Jucá, vice-presidente do partido, que substituiu o líder Michel Temer na reunião. “A partir de agora, o PMDB não autoriza ninguém a exercer, em nome do partido, nenhum cargo federal. Se, individualmente, alguém quiser tomar uma posição vai ter que avaliar o tipo de consequência, o tipo de postura para a sociedade”, disse Jucá.
Além do seu peso no governo, com seis ministros e o vice-presidente, o PMDB domina quase 15% do Congresso brasileiro: 68 dos 513 parlamentares da Câmara dos Deputados e 18 dos 81 membros do Senado.
No entanto, é a nível local que o partido se destaca, com sete governadores eleitos – o que corresponde a um quarto dos Estados brasileiros -, além de 996 prefeitos (17,9%) e 142 deputados estaduais (13,41).
Crise
A decisão desta terça-feira ocorre depois de uma série de notícias negativas para o Governo, como a retração da economia, novas ações da Operação Lava Jato e a polémica nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil.
A crise económica foi apontada como maior justificativa para o afastamento do governo. Apesar de ocupar a vice-presidência do Brasil e de ser responsável, até o início desta semana, por sete ministérios, o PMDB culpou o PT pela recessão enfrentada no país.
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que desde julho do ano passado defendia o fim da aliança do seu partido com o governo, afirmou que o PMDB carregava o ónus da aliança, sem participar da formulação das políticas económicas e de outra natureza.
“Não tem sentido o PMDB ficar sócio de ónus de um governo impopular, com medidas com as quais nós não concordamos”, disse.
Cunha alega ainda que a saída da coligação do Governo não está relacionada com o processo de destituição de Dilma Rousseff. “O PMDB tinha que sair de qualquer maneira, havendo ou não impeachment“, afirmou.
Segundo a imprensa brasileira, os parlamentares presentes na reunião, que teve lugar na Câmara dos Deputados, entoaram gritos como “Fora PT” e “Brasil, para frente, Temer presidente”.
Michel Temer, líder do partido, esteve à frente das negociações nos bastidores que resultaram no fim da aliança com o PT, nomeadamente encontros entre elementos do PMDB e do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), da oposição, para discutir um possível governo pós-destituição em que assumiria a Presidência da República.
A Presidente brasileira, Dilma Rousseff, cancelou entretanto a viagem que deveria fazer esta semana aos EUA para se dedicar à resolução da crise na coligação e, afirmam analistas, evitar deixar o cargo temporariamente ocupado pelo vice-presidente cujo partido abandonou o governo.
AF, ZAP com Agência Brasil
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A corrupção em portugal teve proporções nestes últimos 4 anos com a direita que nunca ninguém tinha visto antes mas no brasil é impressionante a corrupção descarada desta dilma e do lula!
Quer ver que só a esquerda é que é impoluta?