Mãe das gémeas nega conhecer filho de Marcelo e pediu ajuda “de forma indireta” a várias pessoas

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Ivendrell / Wikimedia

Hospital de Santa Maria, em Lisboa

A mãe das gémeas garante que não conhece o filho do Presidente e que nunca lhe fez qualquer pedido sobre o tratamento das filhas.

Daniela Martins, mãe das gémeas luso-brasileiras tratadas no Hospital de Santa Maria com o Zolgensma, veio a público desmentir os rumores de que pediu ajuda a políticos para conseguir o medicamento.

Numa entrevista ao programa “A Prova dos Factos” da RTP1, a mãe das crianças esclareceu a situação, negando qualquer relação direta com Nuno Rebelo de Sousa, filho do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Questionada então sobre como o caso terá chegado aos ouvidos do filho do Presidente, Daniela Martins sugere que pode ter sido “através de algum amigo, através do Instagram”.

A mãe das crianças afirmou que pediu ajuda “de forma indireta” através de emails enviados por terceiros, incluindo a sua prima e amigos em Portugal. “Enviei todos esses emails com pedidos e chegaram a pessoas que não tenho controlo, é uma corrente“, alega.

Apesar de negar os contactos diretos com o filho do Presidente da República, Daniela Martins admite ter ficado com uma percepção no Hospital de Santa Maria de que alguém poderia ter intercedido a seu favor.

“Tive essa impressão, era falado nos corredores do Santa Maria que tive alguma ajuda. Ouvia-se essa conversa, tinha a impressão que eles pudessem ter feito alguma requisição”, disse após ser questionada sobre se conhecia a nora de Marcelo Rebelo de Sousa.

Daniela Martins confessa ter-se encontrado no ano passado “num evento” com a nora de Marcelo Rebelo de Sousa, que também conhecia as meninas, mas garante que as duas não são próximas.

A mãe das gémeas afirma ainda que usou o dinheiro que conseguiu numa angariação de fundos para pagar parte dos equipamentos e terapias das filhas, mas explica que os ventiladores e materiais de apoio lhe foram dados pelo “Governo português”, que tem “uma espécie de parceria com algumas empresas”.

Garante também que nunca passou à frente de ninguém que estivesse à espera do Zolgensma ou que recebeu quaisquer equipamentos mais cedo. Daniela Martins esclarece ainda que é “mentira” que tenha quatro cadeiras de rodas e mais duas por levantar no Hospital Santa Maria.

Na verdade, as gémas terão duas cadeiras elétricas já no Brasil e duas cadeiras manuais que ainda não foram entregues ao hospital. “Eu falo com o responsável da entrega, a pessoa da loja, que me assegurou a cadeira ainda não foi entregue, vai ser entregue na segunda quinzena de dezembro”, afirma, lembrando que tinha uma viagem planeada para ir levantar as cadeiras nessa altura.

Daniela Martins afirma ainda que o seu plano a longo prazo sempe foi voltar permanentemente para Portugal e que apenas foi para o Brasil no ano passado porque se divorciou e precisava de ajuda para cuidar das filhas. “A minha casa é em Portugal. Aqui, moro com a minha tia. É uma coisa improvisada”, garante.

A mãe das gémeas acredita ainda que o caso da sua família está a ser usado para atingir outras pessoas. “Acredito que pegaram na nossa história para atingir outras pessoas e em momento algum se preocuparam em preservar as meninas, em preservar a minha imagem”, lamentou.

O tratamento das duas crianças brasileiras, agora com nacionalidade portuguesa, gerou controvérsia e levou à abertura de um inquérito pelo Ministério Público para investigar suspeitas de favorecimento. Alega-se que houve influência de Marcelo Rebelo de Sousa e intervenção do Governo na administração do medicamento mais caro do mundo.

ZAP //

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