O EuroBic fechou o primeiro trimestre do ano com depósitos na ordem dos 6,3 mil milhões de euros, menos 640 milhões antes da polémica do caso Luanda Leaks.
Em janeiro, na altura em que o caso Luanda Leaks foi revelado pela comunicação social, Isabel dos Santos controlava 42,5% do EuroBic. O escândalo em redor da empresária angolana levou-a a vender a sua participação, mas teve também graves repercussões na reputação do banco.
Os clientes perderam a confiança e o EuroBic perdeu mais de 600 milhões de euros em depósitos. Segundo o jornal ECO, o banco fechou o primeiro trimestre do ano com depósitos na ordem dos 6,3 mil milhões de euros, menos 640 milhões do que no final do ano passado, pouco antes da revelação do caso Luanda Leaks.
Assim que a polémica estalou, o EuroBic não tardou a implementar medidas de gestão de danos. A instituição financeira liderada por Teixeira dos Santos cortou a ligação comercial com Isabel dos Santos e todos os seus afiliados, e vendeu mais de 300 milhões de euros de títulos de dívida para assegurar uma liquidez confortável.
Ainda assim, nada evitou a perda de 10% dos depósitos que tinha antes do Luanda Leaks. No relatório e contas de 2019, o EuroBic reconhece que o caso afetou “significativamente a reputação do banco”.
Desde então, o processo de venda aos espanhóis do Abanca está em andamento. O ECO escreve que o EuroBic apresenta um valor de mercado de entre os 230 milhões e 280 milhões de euros, mas por enquanto desconhece-se o valor oferecido pelos espanhóis para a compra de 95% do capital.