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Londres (de novo) entre o horror e a coragem

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Neil Hall / Reuters

Pessoas abandonam a zona do ataque na London Bridge, em Londres, com as mãos na cabeça

Pessoas abandonam a zona do ataque na London Bridge, em Londres, com as mãos na cabeça

A primeira-ministra britânica anunciou que a polícia já identificou todos os atacantes que, no último sábado, mataram sete pessoas na London Bridge e no Borough Market. Entretanto, começam a chegar as histórias das primeiras vítimas e dos heróis de um ataque que volta a abalar o Reino Unido.

Em declarações na sua residência oficial, em Downing Street, depois de presidir a uma reunião do comité de emergência do Governo para abordar as medidas de segurança, Theresa May disse que o atentado de sábado foi “um ataque contra Londres e contra o Reino Unido, mas também contra o mundo democrático”.

A chefe do governo britânico acrescentou que o nível de alerta por ameaça terrorista contra o Reino Unido se manterá em “severo”, o segundo mais alto numa escala de cinco, depois do atentado em que sete pessoas morreram e 48 ficaram feridas, 21 em estado crítico.

A primeira-ministra confirmou também que onze pessoas continuam detidas por possíveis ligações ao atentado, depois de uma ter sido libertada sem acusação.

May acrescentou que “infelizmente” as vítimas “procedem de diferentes nacionalidades”.

“Tinha espaço no coração para todos”

A primeira vítima mortal identificada chama-se Chrissy Archibald, uma canadiana de 30 anos que se tinha mudado recentemente para a Europa. Foi atropelada pelos terroristas na ponte e morreu nos braços do noivo. “Ele segurou-a e viu-a morrer nos seus braços. Está destruído”, contou a irmã de Tyle Fergusson, citada pelo The Telegraph.

O casal estava a viver na Holanda e, antes de terem partido, a jovem trabalhava com sem-abrigo em Calgary, no Canadá. “Tinha espaço no coração para todos e acreditava firmemente que cada pessoa devia ser valorizada e respeitada. Não teria entendido a crueldade que causou a sua morte”.

Enfermeiro português salva jovem esfaqueada

Carlos Pinto, um enfermeiro português a trabalhar em Londres, prestou os primeiros socorros a uma jovem que foi esfaqueada por um dos terroristas. Natural de Constantim, Vila Real, Carlos esteve a cerca de um metro e meio da faca de um dos três atacantes de Londres.

“As pessoas começaram a atirar cadeiras e copos ao atacante, que recuou um ou dois metros. O restaurante conseguiu fechar o portão e ficamos completamente isolados do exterior”, recordou ao Jornal de Notícias.

“Ouvi bater no portão e ouvi tiros, mas não sei explicar muito bem porquê, porque nessa altura estava a ajudar a rapariga que tinha sido esfaqueada e não a larguei mais até chegar a ambulância”.

(dr) Facebook

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“Tinha uma ferida profunda no tórax e perdeu cerca de meio litro de sangue. “Pedimos gelo e toalhas para fazer compressas e tentar estancar a hemorragia. A ferida era muito grande e usámos fita-cola castanha, daquela de colar caixas, para conseguir juntar a pele”.

“Só fomos resgatados quase duas horas depois do ataque. Não percebo se demoraram porque sabiam que estavam enfermeiros com a rapariga ou se havia gente em pior estado e a precisar de mais ajuda”, desabafou. “No final, ela estava muito fraca e respirava com dificuldade. Não sei se a faca não terá furado o pulmão”, acrescentou. “A faca era muito grande. Não percebi bem se era vermelha ou se já vinha cheia de sangue da rua”.

Depois de saíram “do epicentro” do ataque, Carlos e os três amigos alugaram uma carrinha-táxi e andaram horas a levar pessoas que tinham fugido do restaurante sem dinheiro e bens pessoais. “Tinham perdido tudo no restaurante”, explicou. “Fizemos aos outros o que gostaríamos que fizessem a nós”, acrescentou.

Histórias de coragem

Segundo a BBC, um agente da polícia que estava fora de serviço foi um dos primeiros a chegar ao local e neste momento encontra-se em estado crítico por ter sido esfaqueado. Tentou fazer frente a um dos terroristas com golpes e movimentos de râguebi, o desporto que pratica.

Outro polícia, funcionário da British Transport Police (BTP), usou apenas o cassetete para enfrentar os atacantes. Também foi atingido mas já se encontra estável.

Além das autoridades, pessoas comuns também tentaram ajudar como puderam. Foi o caso de Gerard Vowls. “Estavam a esfaquear toda a gente – na rua, em bares, pubs. Eu e outras pessoas começámos a atirar copos, garrafas, cadeiras e mesas. Tentei ajudar o maior número de pessoas que pude, mas não tinha como me defender. Se caísse no chão, eles provavelmente tinham-me matado”, recorda.

Fotógrafo captou terroristas abatidos

Gabriele Sciotto tinha acabado de sair de um bar, onde viu o seu clube perder a final da Liga dos Campeões. No caminho para casa, enganou-se no trajeto e foi então confrontado com o momento em que os terroristas estão a ser imobilizados pelos agentes da polícia.

Em declarações ao The Independent, o fotógrafo conta que os terroristas estavam a atacar as pessoas e “os polícias estavam a tentar desviá-los da multidão”. “Depois vi-os serem abatidos”, recorda. O polícia que disparou primeiro estava “muito assustado”. Aliás, “todos os polícias estavam”, explicou também ao New York Daily News.

(dv) Gabriele Sciotto / EPA

Um dos presumíveis atacantes da London Bridge, imobilizado no chão por um agente da polícia britânica, com um dos falsos coletes de explosivos.

Os atacantes, imobilizados no chão por agentes da polícia, com os falsos coletes de explosivos

A cerveja na mão que está a fazer furor nas redes sociais

As imagens de televisão mostram a multidão a fugir do local do ataque e exibem também um homem que caminha tranquilamente com um copo de cerveja na mão. O momento foi partilhado no Twitter pelo utilizador Howard Mannella.

“As pessoas a fugirem de #LondonBridge, mas o tipo à direita não deixa cair nem uma gota. Deus abençoe os britânicos“, comentário que já foi replicado milhares de vezes.

Alguns brincaram sobre os preços elevados de Londres. O utilizador Andrew Brooks respondeu: “Evacuar? Bom, ok. Mas esta cerveja custa 6 libras. Vou levá-la comigo”.

Outros troçaram de manchetes de jornais norte-americanos que descreviam Londres como uma cidade “em choque” e “em estado de sítio”.

Este é o terceiro ataque que o Estado Islâmico reivindica no Reino Unido, depois do atentado com bomba em Manchester, no dia 22 de maio, e de um ataque na ponte de Westminster, em Londres, em março.

Esta segunda-feira, barreiras de separação entre a estrada e o passeio foram instaladas em várias pontes de Londres. Além de London Bridge, as pontes de Westminster e Waterloo Lambeth estiveram encerradas temporariamente durante a noite para a instalação destas barreiras de metal, junto às quais se encontram grandes blocos de cimento para travar a entrada de veículos motorizados.

Um perímetro de segurança mantém-se na zona de London Bridge e Borough Market, mas a circulação de veículos na ponte foi reaberta no sentido sul-norte e a estação de metropolitano e comboios está de novo a funcionar. É visível o reforço policial em várias partes da cidade, sobretudo em áreas públicas de maior dimensão, como estações ferroviárias.

ZAP // Lusa / Bom Dia

3 Comments

  1. Tudo isto é o início. O plano está a decorrer e isto é parte integrante dele. Esse é o verdadeiro gabarito desses “governantes”. Sim, como toda a mentira institucionalizada, a constante glorificação do iníquo pelas tvs, a proclamada submissão (também conhecida como tulerãssia) a tudo menos o que merece ainda algum respeito. E o silêncio ensurdecedor sobre o dia a dia das populaçoes dessa europa, que nos garantem fazermos parte, mas de que nenhuma tv fala a não ser por coisas assim.

  2. Quantas mais mortes serão precisas, para identificarem e expulsarem (familiares incluídos), condenarem a prisão qualquer delinquente estrangeiro já cadastrado????……em vez de os deixar em liberdade total e cometerem estes covardes assassinatos . Estes Porcos não merecem de viver !

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