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Livro de John Bolton revela como Trump fez depender ajuda à Ucrânia de investigação a Biden

Gage Skidmore / Flickr

Gage Skidmore

John Bolton, ex-conselheiro nacional de segurança de Donald Trump

O rascunho de um livro do antigo conselheiro de segurança nacional John Bolton revela como o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lhe falou da sua determinação em reter a ajuda militar à Ucrânia até que Kiev concordasse em investigar o rival democrata Joe Biden.

O relato desfaz as alegações de Trump de que o atraso no envio da ajuda e os esforços para convencer o seu homólogo ucraniano a anunciar uma investigação não estão relacionados, de acordo com o jornal norte-americano The New York Times, que revela excertos do livro de John Bolton.

As passagens transcritas contêm detalhes sobre a atuação de altos funcionários da Casa Branca, incluindo o Secretário de Estado, Mike Pompeo, o procurador-geral, William Barr, e o chefe de gabinete interino, Mick Mulvaney.

John Bolton tem posto a circular passagens de “The Room Where It Happened” (“A Sala Onde Aconteceu”), com edição marcada para 17 de março, tendo enviado o rascunho do livro para a Casa Branca.

John Bolton despedido em setembro por Trump, quando Donald Trump procura aberturas diplomáticas com dois dos inimigos mais intratáveis ​​dos Estados Unidos, esforços que são divergentes das ideias de pessoas como Bolton, que vê a Coreia do Norte e o Irão como não confiáveis. No final do ano passado, Bolton mostrou-se disponível para testemunhar, dando a entender que pode revelar informação sobre Donald Trump, com um misterioso “estejam atentos”.

A defesa de Trump prepara-se para fazer as suas alegações esta segunda e terça-feira no Senado, na segunda semana do julgamento político de impeachment. As passagens citadas do livro de Bolton reforçam a intenção dos democratas de chamar novas testemunhas a depor, com o ex-conselheiro de segurança nacional à cabeça.

John Bolton tem as provas. Cabe a quatro senadores republicanos garantir que John Bolton, Mick Mulvaney e os outros com conhecimento direto das ações do Presidente Trump testemunhem no julgamento do Senado”, escreveu o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer.

O Senado tem maioria republicana: 53 contra 47. Assim, os democratas só precisam do apoio de quatro republicanos para terem a maioria necessária para convocar as testemunhas. Já o impeachment em si necessita de uma maioria de dois terços para que Trump seja efetivamente destituído.

O Presidente norte-americano foi acusado de pressionar o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, a investigar o seu rival político e ex-vice-Presidente Joe Biden.

Esta chamada, cuja transcrição foi revelada na última semana após a queixa de um denunciante, levou os democratas a darem início a um processo de impeachment presidencial. Na segunda-feira, o advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani, recebeu uma intimação relacionada com os seus contactos com as autoridades ucranianas.

Mais tarde, o Governo australiano confirmou que houve uma segunda chamada, em que Donald Trump pressionou o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, para que este o ajudasse a descredibilizar a investigação do procurador especial Robert Mueller. O governo australiano confirmou que a chamada aconteceu e que o primeiro-ministro concordou em ajudar.

A Casa Branca restringiu o acesso à transcrição da conversa telefónica entre o Presidente dos EUA e o primeiro-ministro da Austrália a um pequeno grupo de assessores. A decisão é invulgar mas semelhante à que foi tomada no caso da chamada com o Presidente da Ucrânia.

ZAP //

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