Livre parece “telenovela”, diz fundador. Tribunal do partido pode punir Joacine e o assessor

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Mário Cruz / Lusa

A situação de divergência interna no Livre, com a deputada Joacine Katar Moreira no epicentro, deixa um dos fundadores do partido com “uma vergonha enorme” pela “televonela” em que diz se ter transformado.

Filipe Henriques, um dos fundadores do Livre, assumiu numa publicação no Twitter que é citada pela TSF que não conseguiu “manter o silêncio” perante a situação do Livre, lamentando que “não foi para este tipo de política” que deu todo o seu “esforço”.

Sinto uma vergonha enorme. Uma vergonha que cresce diariamente”, escreveu Filipe Henrique, que deixou o Livre em 2016, numa publicação no Twitter citada pela TSF, mas que entretanto terá apagado.

“Em 2013 começou o projecto por um partido Verde, sério, Europeísta, libertário, consequente, inclusivo. Deixei de acreditar na sua sustentabilidade em 2016, mas nunca até hoje senti vergonha. Nunca me passou pela cabeça que o LIVRE se transformasse numa telenovela“, frisou Filipe Henrique, segundo a transcrição da TSF.

Esta posição surge numa altura em que a Comissão de Ética e Arbitragem (CEA) do Livre vai analisar tanto o comportamento de Joacine Katar Moreira como o do seu assessor no Parlamento, Rafael Esteves Martins. Ambos enfrentam possíveis procedimentos disciplinares.

Tudo começou com a abstenção de Joacine numa votação no Parlamento sobre um voto de condenação a Israel, apresentado pelo PCP, por ataques a Gaza. O Livre sempre foi pró-palestiniano e a direcção do partido defende que a deputada devia ter votado a favor da proposta dos comunistas.

O episódio levou à divulgação de um comunicado a atestar a divergência entre Joacine e as bases dirigentes do partido. Depois disso, o seu assessor no Parlamento tratou de arranjar uma escolta de um militar da GNR para afastar os jornalistas da deputada dentro do edifício da Assembleia da República.

Rafael Esteves Martins volta, assim, a estar envolvido numa polémica, depois de ter dado que falar por ter entrado no Parlamento vestido com uma saia, no arranque da nova legislatura. O assessor de 31 anos é investigador bolseiro e tem formação em estudos artísticos.

ZAP //

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