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Lisboa está em “planalto”. Subida de casos justificada por estratégia de rastreio intensivo

António Cotrim / Lusa

A ministra da Saúde, Marta Temido

O crescimento de novos casos de covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo deve-se à adoção de uma estratégia de rastreio intensivo, com 14 mil testes nos últimos dias, justificou este sábado a ministra da Saúde.

Em declarações durante a conferência de imprensa de apresentação do boletim epidemiológico de balanço da infeção provocada pelo vírus SARS-CoV-2, Marta Temido assumiu que a Área Metropolitana de Lisboa tem representado “de um modo consistente cerca de 70% do número diário de novos casos notificados no país”, concentrados essencialmente nos concelhos de Amadora, Loures, Lisboa, Odivelas e Sintra.

“Temos promovido o rastreio prioritário e intensivo da infeção por SARS-CoV-2 nestes concelhos, atividades e pessoas. Em pouco mais de cinco dias realizámos cerca de 14 mil colheitas de amostras biológicas”, revelou a ministra, sublinhando que, “em resultado desta operação de rastreio e do trabalho das autoridades de saúde pública, é expectável que o número de novos casos se mantenha elevado” nos próximos dias.

“Resulta de três causas prováveis: atraso na curva epidémica na região, estratégia intensiva de rastreio na região e especificidades associadas às características dos novos casos, predominantemente, jovens em idade ativa e assintomáticos. Ao longo dos próximos dias manteremos a estratégia de intervenção de proximidade e a informação sobre a mesma, mas queremos deixar uma mensagem de tranquilidade”, adicionou.

Segundo os dados avançados pela ministra da Saúde, já foram processadas amostras e comunicados os resultados de 4.649 colheitas de material biológico, com uma percentagem de casos positivos na ordem de 3,9%. Paralelamente, confirmou o setor da construção civil como um dos alvos desta campanha, em função dos resultados dos inquéritos epidemiológicos realizados nas últimas semanas.

“Desenhámos uma operação de rastreio massiva orientada para esta atividade. Sabemos que vai inflacionar os números durante alguns dias, mas temos a expectativa de que consigamos o fim último das operações de saúde pública: não só testar, mas isolar, tratar e acompanhar os casos e os conviventes sociais e familiares. Penso que será uma operação que poderemos concluir nos próximos dias e que o problema estará relativamente ultrapassado”, vincou.

Questionada sobre a ausência de previsão de medidas mais restritivas para a região de Lisboa e Vale do Tejo, apesar de uma assumida expectativa de aumento dos novos casos, Marta Temido rejeitou o cenário de um crescimento exponencial e salientou a mobilização das autoridades de saúde locais e do INEM.

“Esta estratégia de testes teria de ter como resultado um conjunto de casos que eram assintomáticos, mas que existiam e que agora vamos procurar seguir. Tudo indica que a situação está controlada. Esperamos acompanhar o abrandar destes casos ao longo dos próximos dias. Com aquilo que sabemos, não estão em causa outro tipo de medidas, mas estamos num contexto em que só um novo tratamento ou uma vacina resolverão a situação em definitivo”, concluiu.

Portugal contabiliza pelo menos 1.474 mortos associados à covid-19 em 34.351 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado hoje.

ZAP // Lusa

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