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Cadeiras de rodas ocupam estacionamento

SXC

foto: sxc

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Os lisboetas que esta segunda-feira de manhã tentaram estacionar o automóvel no parque do Saldanha, em Lisboa, depararam-se com os lugares ocupados por cadeiras rodas, iniciativa que pretendeu alertar para a utilização indevida dos espaços reservados a deficientes.

Nas cadeiras de rodas, algumas com os seus ocupantes, outras não, apresentavam recados escritos com mensagens como “volto já”, “demoro só um bocadinho” ou “vou só beber um café”, as justificações habituais para quem, não tendo qualquer tipo de limitação física, estaciona o seu automóvel nos lugares reservados a pessoas com deficiência.

A ação cívica “Ocupe o seu lugar” foi organizada pela Associação Salvador, em parceria com o grupo Lisboa (in)acessível e com a EMEL e trata-se de “uma forma de protesto por todos os cidadãos que não respeitam os lugares das pessoas com mobilidade reduzida”, disse à agência Lusa o presidente da associação.

“O desafio foi ocupar um parque de estacionamento como forma de protesto porque muitas vezes ninguém respeita os lugares [reservados para] os cidadãos com deficiência”, explicou Salvador Mendes de Almeida.

No parque da EMEL, com lugar para 60 carros e que costuma estar cheio, esta segunda-feira entre as 08:00 e as 11:30, “ninguém podia estacionar porque estavam cerca de 50 cadeiras de rodas em todos os locais de estacionamento, o que causa um pequenino transtorno às pessoas que trabalham aqui ou têm de fazer alguma coisa” nesta zona, descreveu.

A ocupação dos lugares “indevidamente causa um transtorno enorme às pessoas com mobilidade reduzida e com deficiência” e se está a chover e a pessoa está a contar com o lugar reservado, indevidamente ocupado, terá de procurar outro espaço, demora muito mais tempo e estaciona em lugares que não estão preparados para uma cadeira de rodas, por exemplo.

“Ou as pessoas desconhecem por completo as dificuldades que as pessoas com deficiência motora sentem no seu dia a dia para circular numa cidade que não é muito acessível” ou há pessoas insensíveis, referiu Salvador.

“Há muitas pessoas que não querem saber, têm uma mente pouco aberta e são egoístas e não sabem respeitar os direitos” dos cidadãos com deficiência, realçou, apontando que “só 10 minutos podem causar um transtorno enorme”.

Salvador Mendes de Almeida recordou que a maior dificuldade das pessoas com deficiência é mesmo circular na cidade, e deu os exemplos da calçada portuguesa em mau estado, os carros estacionados em cima dos passeios ou as passagens de peões sem rebaixamento.

/Lusa

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