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Linha de Fundo: Quartos com vista para Wembley

Crónica ZAP - Linha de Fundo por Teófilo Fernando

Campeões da Europa e do Mudo assistem no sofá. As surpreendentes Suíça e Chéquia. O Euro visto da Linha de Fundo.

Campeão de malas aviadas

  • Bélgica 1 – 0 Portugal

Fim de linha para o campeão da Europa. A Seleção de Portugal mostrou argumentos, tendo ficado evidente que se a aposta fosse mais arrojada, o desfecho bem poderia ter sido outro.

Prudência a mais e despertar tardio para o jogo ditaram o adeus luso. Na segunda parte, a equipa de Fernando Santos revelou a audácia que ficou amarrada numa ideia de jogo demasiado conservadora.

O que resultou em 2016, desta vez não surtiu efeito. Acabou o sonho, frente a um adversário que soube aproveitar ao máximo, um remate enquadrado à baliza e um golo, depois teve a capacidade de saber sofrer e levar a eliminatória de vencida. O talento português demorou a revelar-se. O Campeonato do Mundo é o próximo objetivo.

Saber sofrer foi uma virtude

  • Itália 2 – 1 Áustria

Depois de uma imaculada fase de grupos, com 3 jogos e outras tantas vitórias, desta vez a Itália teve capacidade de saber sofrer, acabando de afastar a Áustria apenas no prolongamento.

Ganhou o favorito, mas os austríacos fizeram uma excelente exibição, mostrando que há forma de contrariar o futebol italiano e que a atual geração austríaca com muitas influências alemãs pode conseguir andar por estes patamares noutras competições.

A Itália está invicta há 31 jogos e quebra um recorde histórico com 90 anos, vencendo há 12 jogos consecutivos.

Este Euro não é para campeões

  • França 3 – 3 Suíça (4-5 grandes penalidades)

Grande surpresa. O campeão do Mundo caiu com estrondo, dizendo adeus ao Euro2020. Os suíços foram gigantes, conseguindo ferir uma equipa francesa, que mais uma vez mostrou não ser das mais entusiasmantes, apesar das incríveis opções à disposição. A merecer reflexão.

A Suíça mostrou carácter, forte personalidade e muita coragem, acabado de forma justa por seguir em frente na prova.

Bendita loucura

  • Croácia 3 – 5 Espanha

Que jogo! Memorável o duelo em Copenhaga, que fica para a história dos Campeonatos da Europa.

Marcou primeiro a Croácia, num lance inacreditável. Pedri fez um passe atrasado para Unai Simón, mas o guarda-redes deixou não controlou a bola e esta escapou para dentro da sua própria baliza. Reagiu a Espanha, igualando antes do intervalo.

Na segunda parte, com posse desmedida e a pressão desenfreada, os espanhóis respiraram de alívio e chegaram aos 1-3. O destino do jogo parecia traçado. Falta ilusão. Aos 85 e 90 minutos a Croácia conseguiu empatar!

Notável capacidade croata para contrariar o rumo da partida. 
Na primeira parte do prolongamento… assunto resolvido de vez, com a Espanha a marcar mais dois golos, deixando os croatas sem reação. 8 golos, emoção, intensidade, um jogo inesquecível.

Até ao lavar dos cestos

  • Suécia 1 – 2 Ucrânia

Duas equipas que mostraram boa organização e qualidade de jogo.

Os ucranianos marcaram primeiro, na resposta os suecos chegaram ao empate antes do intervalo. Num bom jogo de futebol, ambas as Seleções deram tudo, proporcionando uma emocionante eliminatória, acabando a Ucrânia por ser mais feliz.

Quando já se apontava para as grandes penalidades em Glasgow, Artem Dovbyk vestiu o fato de herói, dando o melhor seguimento a um cruzamento de Zinchenko, marcando o primeiro golo internacional pela seleção Ucrânia. Muito ingrato para os suecos, que deixam a prova, após um jogo onde o resultado esteve sempre em aberto até ao final.

Festa na Catedral

  • Inglaterra 2 – 0 Alemanha

Grande duelo tático. Jogo dividido, com os dois guarda-redes em destaque. Num clássico jogado em casa, a equipa inglesa foi mais cautelosa e paciente, matando a partida a quinze minutos do final.

Decisiva a forma como o selecionador da Inglaterra mexeu no jogo, com Grealish em destaque, fazendo duas assistências para os golos da equipa do “Três Leões”. Sai de cena a Alemanha, cresce o sonho da Inglaterra de conseguir pela primeira vez um Campeonato da Europa.

Laranja amarga

  • Países Baixos 0 – 2 Chéquia

Surpresa. Depois de uma fase de grupos imaculada, com 3 jogos e outras tantas vitórias, a Holanda foi afastada por um adversário que estudou bem a lição e mostrou rigor defensivo. O autocarro também marca golos.

Goleada perfumada

  • País de Gales 0 – 4 Dinamarca

O mais difícil foi marcar o primeiro golo, depois com muita qualidade à mistura, a Dinamarca teve muito mérito em construir um resultado volumoso, seguindo em frente na prova. A resistência galesa durou 27 minutos, depois não foi capaz de reagir, sendo totalmente dominada pelos dinamarqueses. Notória a subida de rendimento.

Programa dos quartos-de-final:

2 de junho (17h00): Suíça – Espanha (Zenit Arena – São Petersburgo)
2 de junho (20h00): Bélgica – Itália (Allianz Arena – Munique)
3 de junho (17h00): Chéquia – Dinamarca (Estádio Olímpico de Baku)
3 de junho (20h00): Ucrânia – Inglaterra (Estádio Olímpico de Roma

Números do Euro2020

Jogos: 44
Golos: 123 (média 2,80)
Jogo com mais golos: Croácia 3/Espanha 5 (8 golos)
Pela primeira vez nos quartos-de-final de um Campeonato da Europa: Ucrânia e Suíça
Melhor ataque: Espanha (11 golos)
Pior ataque: Turquia (1 golo)
Melhor defesa: Inglaterra (0 golos sofridos)
Pior defesa: Suíça (8 golos sofridos)
Melhor marcador: Cristiano Ronaldo/Portugal (5 golos)
Mais assistências: Steven Zuber/Suíça (4)
Árbitro com mais jogos: Felix Brych/Alemanha (3)

Teófilo Fernando, ZAP //

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