A República Checa qualificou-se este domingo para os quartos de final do Euro2020 de futebol, ao vencer os Países Baixos por 2-0, no terceiro encontro dos oitavos, disputado em Budapeste, na Hungria.
Tomás Holes inaugurou o marcador, aos 68 minutos, e fez a assistência para o quarto golo na prova de Patrik Schick, aos 80, num embate também marcado pela expulsão do holandês Matthijs De Ligt, aos 55.
Nos quartos de final, em Baku, no Azerbaijão, a partir das 20h00 locais (17h00 em Lisboa) do próximo sábado, os checos, vice-campeões em 1996, defrontam a Dinamarca, que no sábado goleou o País de Gales, semi-finalista em 2016, por 4-0.
A fase de grupos exemplar dos Países Baixos tinha elevado as expectativas dos amantes do futebol para esta fase a eliminar.
Mas os checos voltaram a ser carrascos, aumentando o seu pecúlio particular frente aos holandeses: são agora seis vitórias em 12 jogos contra apenas três da “laranja”, que não ganha um jogo à República Checa desde 2005 e que nos últimos dez jogos tinham sempre marcado pelo menos dois golos. Faz a festa o conjunto checo que assim marcou encontro nos quartos-de-final com a também ultra motivada Dinamarca.
Países Baixos com bola, checos perigosos
A primeira parte teve uma selecção holandesa mais dominadora, como se pode perceber pelos índices de posse de bola (56 por cento contra 44 dos checos), bem como pelo número de acções na área adversária (13 para quatro) ou cantos (seis contra apenas dois).
No que respeita ao perigo causado, porém, a equipa checa enquadrou o único remate, com um disparo de Barák travado “in extremis” por De Ligt ao minuto 38, quando Stekelenburg parecia já estar batido.
Os segundos 45 minutos até começaram com a melhor ocasião do encontro para os Países Baixos, com Malen a não conseguir enganar Vaclík, mas o disparate de De Ligt (expulso) que se seguiu acabou com os homens de Frank de Boer, que caíram num desnorte total.
Os checos apoderaram-se completamente da partida a partir daí, somando sete remates (quatro deles enquadrados, dois dos quais deram golo), oito acções na área adversária e nove acções defensivas no meio-campo adversário que tiveram tradução directa no resultado final.
Melhor em Campo
Tão surpreendente como o resultado final foi o MVP da partida, Tomáš Holeš. Virtualmente desconhecido até este Europeu, o médio que nunca jogou noutro país a não ser a República Checa mandou no jogo por completo e justificou em pleno o estrondoso GoalPoint Rating de 8.2 com o golo que abriu o marcador e a assistência para o que se seguiu, mas também por mais três passes aproximativos, nove recuperações de posse e quatro desarmes (um máximo do lado checo).
Destaques dos Países Baixos
Daley Blind 5.7 – De longe o elemento mais esclarecido dos Países Baixos. Foram 11 os passes aproximativos que realizou, um dos quais a dar origem a uma ocasião flagrante para a sua equipa, e ainda quatro os desarmes (registo máximo nos holandeses).
Frenkie de Jong 5.6 – O médio do Barcelona não esteve ao nível habitual, mas ainda assim foi dos menos maus do lado holandês, destacando-se acima de tudo no número de dribles bem sucedidos (três, em quatro tentativas).
Matthijs de Ligt 3.2 – O principal causador da derrocada dos Países Baixos. Até tinha estado em evidência na primeira parte ao negar um golo feito a Barák, mas deitou tudo a perder com o corte com a mão que resultou na expulsão aos 53 minutos.
Destaques da República Checa
Patrik Schick 7.0 – O goleador dos checos voltou a fazer uma belíssima exibição, coroada com o tento que selou o resultado – o seu quarto na prova. Somou ainda dois passes valiosos e até duas recuperações de posse.
Antonín Barak 6.3 – O colega de Miguel Veloso no Verona fez quatro passes valiosos, três dos quais para finalização, registando ainda três conduções aproximativas e uma eficácia de 100 por cento nas tentativas de drible (três, todas bem sucedidas).
Tomás Soucek 6.1 – O capitão checo vai dando sequência à grande temporada no West Ham, tendo-se destacado no apoio ao ataque, com três remates, um passe valioso e duas conduções aproximativas, mas também com nove recuperações de posse e três acções defensivas no meio-campo adversário.