A Inglaterra, que tem como melhor registo dois terceiros lugares, qualificou-se, esta terça-feira, para os quartos de final do Euro 2020, ao vencer a tricampeã Alemanha por 2-0, no Estádio de Wembley, em Londres.
Raheem Sterling, aos 75 minutos, e Harry Kane, aos 86, apontaram os tentos da formação inglesa, que ‘vingou’ o desaire nas meias-finais de 1996, no mesmo palco, então num desempate por penáltis em que só o atual selecionador Gareth Southgate falhou.
Nos quartos de final, a Inglaterra vai medir forças com o vencedor do embate de hoje entre Suécia e Ucrânia (20h00), num encontro marcado para sábado, pelas 21h00 locais (20h00 em Lisboa), no Estádio Olímpico de Roma, em Itália.
Do banco saltou Grealish e o equilíbrio acabou
Aquele que era, talvez, o mais aguardado dos embates dos oitavos-de-final do EURO 2020 (pelo menos em termos históricos) só trouxe golos perto do final, mas proporcionou emoção e algumas defesas de qualidade por parte dos guarda-redes. Num jogo onde o equilíbrio foi a nota dominante, no fim (e ao contrário da velha máxima do futebol), desta vez, ganharam os ingleses e não os alemães. Grealish saltou do banco para mexer com o jogo e mostrar toda a sua qualidade. Esteve no lance do primeiro golo, assinado por Sterling, e assistiu Harry Kane para o segundo. A selecção dos “Três Leões” segue para os quartos-de-final! “It’s coming home”?
Os números da primeira parte foram o espelho de uns primeiros 45 minutos pautados pelo equilíbrio, com Neuer e Pickford a segurarem o nulo ao negarem o golo com boas intervenções. Três remates (dois na direcção do alvo) para cada lado, ligeiro ascendente inglês na posse de bola (53%) e poucas acções na grande área de parte a parte (sobretudo do lado germânico).
Pickford já tinha o melhor GoalPoint Rating ao intervalo e voltou a brilhar a grande altura logo a abrir a segunda parte, com uma grande intervenção a remate de Havertz. A Alemanha entrou melhor para os segundos 45 minutos, mas o equilíbrio depressa voltou a tomar conta da partida. Até que os dois seleccionadores mexeram nas equipas e Southgate fez entrar Jack Grealish e a Inglaterra marcou por duas vezes… nos dois únicos remates que fez no segundo tempo. Alemanha foi a que mais rematou, que mais acções na área adversária logrou e mais tempo de posse de bola teve, mas no fim ganhou a Inglaterra.
O Melhor em Campo
Jordan Pickford somou o quarto jogo sem sofrer golos neste EURO 2020, mantendo a Alemanha a zeros com três defesas, duas delas de grande qualidade e uma mesmo num remate de perto, quando Timo Werner lhe apareceu pela frente a meio da primeira parte. Além disso, mostrou também qualidade a colocar a bola nos colegas, com dois lançamentos longos eficazes. Tudo junto valeu-lhe um GoalPoint Rating de 6.8.
Destaques da Inglaterra:
Harry Maguire 6.5 – Ofereceu a uma Inglaterra que continua sem sofrer golos no torneio a consistência defensiva necessária, com quatro alívios e um remate bloqueado. Imperial pelos ares, ganhou todos os duelos aéreos (defensivos e ofensivos) que disputou, tentando mesmo a sua sorte com dois remates de cabeça na grande área alemã.
Harry Kane 6.2 – O capitão da Inglaterra fez, enfim, o gosto ao pé (ou à cabeça, neste caso) no EURO 2020, no único remate que fez no jogo, selando o triunfo. Antes tinha perdido uma boa ocasião para marcar a fechar a primeira parte e até nem esteve particularmente feliz ao longo do encontro, com sete perdas de bola em 29 acções com o esférico e apenas um duelo aéreo ofensivo ganho em cinco disputados.
Raheem Sterling 5.7 – O homem que abriu caminho ao triunfo inglês com o primeiro tento do jogo já tinha deixado um aviso com outro remate enquadrado na primeira parte, esse defendido com categoria por Neuer. Além do golo, foi quem mais dribles tentou (seis) e concretizou (três) no jogo, além de ter contribuído no capítulo defensivo com seis recuperações de bola.
Destaques da Alemanha:
Mats Hummels 6.7 – O experiente central alemão obteve o melhor rating entre os germânicos. Na retina ficou o corte decisivo que fez a fechar a primeira parte quando Kane se preparava para tocar a bola para o fundo das redes. Ao todo efectuou cinco alívios (máximo do encontro), três desarmes e uma intercepção. Só perdeu um duelo aéreo defensivo, ganhou quatro de sete ofensivos e teve 90% de eficácia de passe num jogo em que foi quem mais passes tentou (80) e completou (74).
Kai Havertz 6.0 – Um remate enquadrado de fora da área que teria colocado a Alemanha na frente a abrir a segunda parte, não fosse a grande defesa de Pickford a negar-lhe o golo, seis passes valiosos, dois dos quais para finalização por parte dos colegas, e um total de quatro acções com bola na grande área inglesa. Foi um dos melhores do lado alemão.
Toni Kroos 6.0 – Oito passes aproximativos (máximo do jogo) e cinco passes valiosos num total de 91 acções com bola. A defender registo para três desarmes e duas intercepções. Também não foi por culpa dele que a Alemanha ficou pelo caminho.
Pois, a iNglaterra não fez as figuras tristes de Portugal, os ingleses não têm complexos de inferioridade em relação a ninguèm!!