A Espanha, campeã europeia em 1964, 2008 e 2012, qualificou-se, esta segunda-feira, para os quartos de final do Euro 2020, ao vencer a Croácia, vice-campeã mundial em título, por 5-3, após prolongamento, em Copenhaga, na Dinamarca.
Álvaro Morata, aos 100 minutos, e Mikel Oyarzabal, aos 103, selaram, na primeira parte do tempo extra, o triunfo do onze de Luis Enrique, que no tempo regulamentar virou de 0-1 para 3-1, mas depois permitiu a igualdade.
Os outros golos espanhóis foram de Pablo Sarabia, aos 38 minutos, César Azpilicueta, aos 57, e Ferran Torres, aos 77, enquanto Pedri, aos 20, na própria baliza, Mislav Orsic, aos 85, e Mario Pasalic, aos 90+2, marcaram para os croatas.
Nos quartos de final, a Espanha vai medir forças com o vencedor do embate de hoje entre França e Suíça, em encontro marcado para sexta-feira, pelas 19h00 locais (20h00 em Lisboa), em São Petersburgo, na Rússia.
Um jogo para a História
Espanha está nos quartos-de-final do EURO 2020. Num jogo verdadeiramente louco, que teve de tudo, autogolos, tecnologia da linha de golo, reviravoltas, reacções nos descontos e prolongamento, a “la roja” ganhou por 5-3, após ter estado a vencer por 3-1 e permitido o empate nos descontos do tempo regulamentar. Porém, nos 30 minutos extra, a sua qualidade ofensiva acabou por ditar leis. Grande espectáculo de futebol.
A primeira parte ficou indelevelmente marcada pelo disparate de Pedri e Unai Simón, aos 20 minutos.
O médio fez um passe do meio-campo para o seu guarda-redes mesmo para o meio da baliza, e este último falhou o domínio e deixou a bola entrar na baliza. Um autogolo caricato que interrompeu um amplo domínio de Espanha que, ainda assim, recompôs-se e chegou ao empate por Sarabia. Os números ao intervalo mostravam uma superioridade completa por parte da “la roja”.
O segundo tempo confirmou a maior força da selecção de Espanha, que aproveitou bem melhor os seus lances de ataque, com tentos por Azpilicueta (57′) e Ferrán Torres (76′). Os croatas não mostravam ter, na frente, a qualidade necessária para fazer mossa a uma “la roja” organizada, veloz a trocar a bola e com uma técnica individual dos seus jogadores muito acima da média.
Mas na recta final tudo mudou. Num lance muito confuso, Mislav Oršić (85′) reduziu, tento confirmado pela tecnologia da linha de golo, e bem dentro dos descontos, Mario Pašalić, de cabeça, fez o golo e levou o jogo a prolongamento.
Aí, Espanha foi superior, ampliando por Álvaro Morata (100′) e Mikel Oyarzabal (103′). Os croatas já não tiveram energia para encetar nova recuperação.
Melhor em Campo
Este é um daqueles jogos que podia ter vários protagonistas dignos de serem MVP, mas só pode haver um e esse foi Ferrán Torres. O extremo espanhol do Manchester City encheu o campo, terminando com um GoalPoint Rating de 8.4, fruto um golo, uma assistência, duas ocasiões flagrantes criadas em quatro passes para finalização, sete cruzamentos, quatro deles eficazes. Justificou o regresso á titularidade.
Destaques da Croácia:
Mario Pašalić 7.0 – O médio esteve a um passo de tornar-se herói nacional croata, e teria sido assim se a sua equipa tivesse ganho, pois foi ele o autor do golo, nos descontos, que levou o jogo a prolongamento. Pašalić fez um tento, criou duas ocasiões flagrantes, um passe de ruptura e três intercepções. Nota afectada por uma flagrante falhada.
Mislav Oršić 6.4 – A estrela do Dínamo Zagreb fez o segundo golo croata, que lançou o assalto final à baliza espanhola. Além disso fez uma assistência em dois passes para finalização, somou oito acções com bola na área contrária e fixou o máximo de tentativas de drible (6).
Dominik Livaković 6.0 – O guardião sofreu cinco golos, mas ainda assim acabou com um excelente rating, e isso diz muito da sua exibição. Sem culpa nos golos, fez cinco defesas, todas a remates na sua área.
Destaques da Espanha:
Álvaro Morata 7.3 – O avançado reencontrou-se com os golos e as boas exibições, embora não se tenha livrado de alguns “tiques” (duas flagrantes falhadas).
O atacante da Juventus fez um tento em quatro remates, dois enquadrados, fez dois passes para disparos dos colegas e fixou o máximo de acções com bola na área contrária (9). Trabalhou imenso, somando oito recuperações de posse e quatro acções defensivas no meio-campo contrário, e sofreu oito faltas, recorde deste EURO.
Pablo Sarabia 7.0 – Andou meio perdido na primeira parte, mas foi dele o golo do empate 1-1 e, a partir daí, foi sempre em crescendo. Fez dois passes para finalização e somou sete acções com bola na área croata.
Sergio Busquets 6.7 – Pêndulo de Espanha, com 114 acções com bola, um passe de ruptura e um raio de acção que lhe permitiu fazer quatro acções defensivas no meio-campo da Croácia, quatro desarmes e outras tantas intercepções.